Manejo Integrado de Doenças da Soja
Ênfase no uso de coletor de esporos
A ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é a principal doença da cultura, podendo ocasionar perdas variando de 10 a 90% da produtividade (Yorinori et al., 2005; Hartman et al., 2015). Dentre as estratégias de manejo recomendadas, tem-se a adoção do vazio sanitário visando a redução do inóculo inicial, o uso de cultivares de ciclo precoce, semeadura da cultura na abertura do zoneamento agroclimático, o uso de cultivares com genes de resistência, o monitoramento constante das lavouras e o controle químico com uso de fungicidas, o qual deve ser realizado nos primeiros sintomas ou preventivamente.
Visando auxiliar os agricultores na tomada de decisão do momento mais adequado para realizar a primeira aplicação de fungicida para a ferrugem-asiática, que não seja antecipadamente sem a presença da doença ou tardiamente de modo a comprometer a produtividade, O IDR-Paraná tem desenvolvido ações de monitoramento da ferrugem-asiática da soja baseado no uso de coletores de esporos, o qual possibilita a detecção dos uredósporos do fungo, circulante no ar, antes mesmo da manifestação de sintomas em plantas e assim ser uma ferramenta auxiliar no manejo da doença quanto ao momento de fazer a primeira aplicação de fungicida.
Desde a safra 2016/2017, em parceria com a Embrapa Soja, os resultados da adoção por agricultores paranaenses do coletor de esporos da ferrugem-asiática vem sendo sistematizado e publicado, possibilitando concluir que o coletor de esporos é uma ferramenta auxiliar que proporciona em média a redução de 33% no número de aplicações de fungicidas, atraso de 15 dias para a primeira aplicação e uma economia de 1,8 sc ha -1 em comparação as lavouras manejadas sem o uso do coletor, sem comprometer a produtividade das lavouras (ver Quadro Resumo), inclusive com colheita de lavouras sem aplicação de fungicidas para doenças. Ou seja, ganhos econômicos para os agricultores devido ao menor custo de produção e ganhos ambientais para toda a sociedade devido ao menor uso de agrotóxicos.
Quadro resumo com resultados (médios) do Programa MID-Soja durante quatro safras no Paraná, com o uso de coletores de esporos, em relação ao número de aplicações de fungicidas, ao número de dias da emergência até a primeira aplicação de fungicida para controle de doenças, ao custo do controle e à produtividade.
1 Lavouras com Manejo Integrado de Doenças - MID
2 Lavouras sem Manejo Integrado de Doenças - MID
A partir da safra 2018/2019, as informações dos coletores de esporos foram agrupados e disponibilizadas no site “Alerta Ferrugem”, que na safra 19/20 contou com aproximadamente 250 coletores, num formato de rede, permitindo aos agricultores e assistências técnicas examinar o comportamento da ferrugem-asiática no território paranaense, e auxiliar na tomada de decisão de controle químico, mesmo em locais onde não há coletores.
Monitoramento da Ferrugem Asiática - Alerta Ferrugem
Importante frisar que o coletor de esporos é uma ferramenta a mais para a tomada de decisão sobre a aplicação de fungicidas, que deve levar em conta também o estádio da cultura e as condições climáticas.
Maiores informações através do e-mail: edivanjp@idr.pr.gov.br