200 dias de IDR-Paraná com mais de seis décadas de excelência 21/08/2020 - 11:28

Já se passou um semestre desde que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater foi criado. E nesses 231 dias, o IDR-Paraná se consolidou, mesmo em meio a uma pandemia, como a entidade de referência ao meio rural. Unindo quatro instituições autônomas (Emater, Iapar, CPRA e Codapar), o IDR traz a excelência da pesquisa, da assistência técnica e extensão rural, do fomento e da agroecologia.

Com o desafio de entregar um serviço com mais qualidade à agricultura paranaense, o Instituto mudou procedimentos para garantir uma proximidade, ainda maior, com os agricultores. Por isso, tornar a pesquisa e a extensão mais próximas cria ferramentas que as levam diretamente ao produtor.

“Quando unimos essas duas áreas, levamos a visão conjunta ao campo e mantemos as especificidades de cada função, pesquisador e extensionista. Isto fortalece o acompanhamento das necessidades do meio rural. A extensão leva para a pesquisa as novas prioridades e a pesquisa consegue ser mais assertiva naquilo que é necessário ser desenvolvido. A pesquisa leva para os extensionistas as inovações. A contribuição é mútua. Todos ganham. Os avanços chegam mais rápido ao campo. O signo do Instituto é o da articulação: articular para dentro para ter qualidade nas soluções, articular para fora para ser assertivo e atender às necessidades. O que nós queremos é evoluir, também, na criação de um ambiente mais integrado”, comenta Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná.

Os quatro organismos que deram origem ao IDR têm um histórico de contribuição muito relevante para o processo de interiorização do estado, em geração de conhecimento, disponibilização de tecnologia para os agricultores e orientação técnica. “A nossa história reúne um processo consistente de desenvolvimento rural. Com o IDR, nós buscamos modernizar e potencializar os serviços rurais. Com a pandemia, alguns dos nossos objetivos iniciais precisaram ser adiados, contudo estamos conseguindo ter eficácia administrativa, reduzindo aluguéis, definindo estratégias e reposicionando o conjunto dos servidores para exercer suas novas funções. Essas ações nos preparam para realizarmos importantes movimentos no futuro, como a contratação de novos pesquisadores e a renovação do quadro de extensão”, explica Norberto Ortigara, secretário estadual de agricultura e abastecimento.

Integração
Trabalhando em conjunto, esses órgãos proporcionam estratégias mais unificadas e melhores para criar condições excelentes aos agricultores. Quem garante que tudo isso vai funcionar e trazer resultados mais amplos é a Diretoria de Integração Institucional, que foi criada junto com o IDR. “Nosso maior desafio é mesclar as culturas institucionais e integrar as pessoas”, conta Rafael Fuentes Llanillo, diretor de Integração Institucional.

Além de buscar uma conexão interna, a diretoria também vai provocar um melhor relacionamento com a sociedade. Llanillo esclarece que o IDR já tem trabalhado, nesses primeiros meses, na criação de conselhos, como o Conselho Consultivo Estadual e os Conselhos Consultivos das Mesorregiões. Este tempo foi dedicado a procurar e formar as equipes, que vão articular a extensão e a pesquisa com organizações em cada região do Estado. “Queremos ter um planejamento estratégico de pesquisa e extensão e um programa de desenvolvimento rural. Para isso, vamos contar com o apoio de sindicatos, universidades, associações, empresas de ATER privadas etc. Isso também irá colaborar para criarmos uma sensação de pertencimento do IDR”, diz o diretor.

Pesquisa e Extensão
O sonho de quem trabalha com o meio rural é oferecer, ao agricultor, um serviço completo. E quando pesquisa e extensão se juntam, o modelo de gestão de projetos e resultados proporciona uma ATER qualificada. Para Nelson Harger, diretor de Extensão Rural do Instituto, “as demandas dos agricultores estão cada vez mais complexas e, para construir soluções, nós temos que unir as áreas, levar acesso à informação de maneira mais rápida e isso só é possível ser feito com uma transferência de tecnologia mais qualificada e melhorando as entregas”.

“O agricultor tem uma necessidade que depende da pesquisa. Mas, o contato direto dele é com o extensionista. Agora, o papel da extensão é levar ao pesquisador o desenvolvimento de uma nova solução já com a sua visão e experiência de quem vive o dia a dia do produtor. Então, pesquisador e extensionista trabalharão juntos e gerarão entregas mais assertivas”, esclarece Harger.

Este resultado depende do fortalecimento e da ampliação da integração entre as duas áreas. Vânia Moda Cirino, diretora de Pesquisa e Inovação, conta que esta integração pode “proporcionar a transferência de conhecimentos e tecnologias gerados para o agricultor e promover, dessa forma, o desenvolvimento rural sustentável. A gestão eficaz e eficiente assegura um contínuo monitoramento das entregas realizadas; o atendimento contínuo das demandas dos sistemas produtivos, delineando estratégias para a busca de soluções inovadoras; o incentivo para trabalhos em rede, fortalecendo e ampliando parcerias, reguladas por meio de contratos e convênios; e, finalmente e não menos importante, desenvolve produtos tecnológicos competitivos, visando o aumento da captação de recursos”. E são esses recursos que podem gerar renda ao produtor e ao próprio Instituto.

Negócios
Quando se melhora a integração entre pesquisa e extensão, também é possível articular negócios e buscar parceiros. Atualmente, um terço do PIB (Produto Interno Bruto) Paranaense vem do agro. Isso significa que é uma área que pode gerar negócios, portanto se deve aproveitar essa oportunidade. O IDR nasceu também com esse objetivo.

O diretor de Negócios, Altair Sebastião Dorigo, reforça que o IDR uniu instituições que já eram referência naquilo que faziam e a geração dos seus projetos podem ser ainda mais valorizados quando se criam estratégias de mercado. “O IDR tem autonomia para ser mais forte. Por isso, precisa consolidar, como Instituto, sua área de engenharia e logística, criando projetos para municípios, capacitando profissionais internos e externos para a criação desses projetos, qualificando ainda mais a classificação do que se exporta pelo Porto de Paranaguá, aumentando o critério para a auditoria dos trens e caminhões de soja assim como a análise da merenda escolar”, explica Dorigo.

O IDR também já trabalha para criar o certificado de propriedade, que vai avaliar sustentabilidade. “O mercado exige cada vez mais a agroecologia, a agricultura sustentável. E, por isso, esse Certificado vai analisar o manejo correto, a conservação do solo, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), o Manejo Integrado de Doenças (MID) etc. O Insituto está atento a isso e trabalha para se tornar moderno no assunto”, corrobora o diretor.

Além de gerar negócios, a instituição se mantém ativa na comercialização de materiais propagativos, na fiscalização de royalties, na negociação com cooperativas e, também, na comercialização de tecnologias com variedades de sementes, grãos e publicações. E, para se comercializar é preciso, antes, pesquisar e criar.

“Mesmo com alguns contratempos gerados pela pandemia, a pesquisa não parou nesses sete meses de IDR. Nós continuamos com 139 projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. A safra de verão foi finalizada e se iniciaram as atividades de pesquisa e de produção de sementes das espécies de inverno (trigo, triticale, aveia e centeio). Também lançamos quatro cultivares de acerola e, em breve, novas cultivares de café, mandioca e feijão serão registradas para cultivo. Além disso, 15 novas propostas de pesquisa foram elaboradas pelas equipes dos Programas Estaduais, voltadas ao desenvolvimento sustentável, envolvendo parcerias com instituições públicas como Itaipu Binacional, Universidades, dentre outras”, ressalta a diretora de Pesquisa e Inovação.

O fortalecimento dessas parcerias reforça a imagem do IDR no meio urbano. “Precisamos saber o quê quem mora na cidade busca consumir no prato. Não podemos ficar focados apenas no interior. Além disso, os grandes centros urbanos também podem proporcionar projetos que gerem renda a pequenos produtores em suas áreas rurais. E também não podemos esquecer que o IDR é responsável desde o desenvolvimento de uma semente, o seu plantio, o acompanhamento do seu crescimento, a colheita, a entrega e toda a logística de um alimento que vai virar merenda para os alunos da rede estadual de ensino”, destaca Harger.

E um dos objetivos do IDR é tornar a alimentação orgânica em todas as escolas estaduais do Paraná até 2030.

Pessoas
E tudo isso só funciona bem porque há um corpo técnico que ministra o Instituto. “Nosso grande desafio nesse primeiro semestre foi de reconstituir o grupo de servidores de todos os órgãos, acomodar a estrutura, readequar as unidades, entre outras adaptações para garantir a redução de 40% em cargos de comissão e em 28% em despesas, como era a previsão na criação do IDR. Estamos ainda nesse processo, amadurecendo novos procedimentos, redigindo regimentos, visão, valores, organizando os times das novas diretorias para garantir que todos se sintam parte de um único órgão e não mais de quatro”, frisa Diniz Dias Doliveira, Diretor de Gestão Institucional.

Para o futuro, este processo deve continuar, além de consolidar a criação e a organização das sete mesorregiões, que dividiram o Estado para facilitar a integração de pesquisa e extensão em todas as regiões e sua comunicação com a Sede Estadual, em Curitiba. “O IDR dividido em mesorregiões, com as suas atribuições, permitirá que cada uma construa um uso mais harmônio das suas potencialidades”, explica o diretor.

De uma coisa, a gente tem certeza: o Instituto reuniu os maiores especialistas no meio rural do Paraná. E suas pessoas já trazem os resultados para garantir que a agropecuária paranaense seja cada vez melhor, mais competitiva e referência para o Brasil.