Um grupo de trinta técnicos do IDR-Paraná, de 22 regionais do Instituto, está participando de um curso de capacitação em estradas rurais, em Curitiba, nesta semana. O objetivo é nivelar o conhecimento sobre o tema e padronizar as ações do IDR-Paraná em relação ao Relatório Técnico de Vistoria (RTV) de estradas rurais. Este documento, elaborado pelos extensionistas, é o ponto de partida para o trabalho de readequação das estradas que atendem as comunidades rurais do estado. A recuperação das estradas é um trabalho feito em parceria com as prefeituras, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Neste ano, o governo do estado vai destinar um volume de R$ 2 bilhões para projetos de estradas rurais. 

Segundo Amauri Ferreira Pinto, gerente estadual de extensão rural do IDR-Paraná, a adequação/readequação das estradas é tão importante para o meio rural quanto as ações de conservação do solo e água como terraceamento, aumento da capacidade de infiltração do solo, Plantio Direto, APPs (Áreas de Preservação Permanente) dentre outras práticas conservacionistas. Por isso, o RTV deve ser feito de acordo com critérios técnicos. “Quando se trabalha com estrada rural, o relatório indica o que deve ser feito na estrada e nas áreas que a margeiam. A construção de pontes, bueiros, caixas de retenção, conservação de solo do entorno ou o manejo da água nas estradas. O RTV embasa o projeto técnico da estrada. Com este curso queremos definir um só protocolo técnico para a elaboração do relatório em todo o estado”, destacou.

Segundo Amauri, a estrada é um equipamento essencial no meio rural tanto para garantir a trafegabilidade, quanto para as ações de conservação de solo. Ele explicou que a estrada deve estar integrada à paisagem e, por exemplo, não pode receber a água das chuvas que vem das propriedades. Amauri acrescentou que o trabalho de readequação é feito para que a água siga um caminho inverso e seja conduzida para as áreas de lavoura/pastagens/matas ou caixas de retenção.

No ano passado, a Sanepar firmou um termo de cooperação para que os profissionais do IDR-Paraná atuem nas vias localizadas em bacias de manancial de abastecimento das cidades, onde as ações com estradas são essenciais, o que mostra a importância desse trabalho. Além disso, a adequação e readequação de estradas rurais já faz parte do Plano Plurianual do governo do estado.

O IDR-Paraná é a única instituição responsável pela elaboração dos RTVs e atua em conjunto com as prefeituras e produtores rurais. As gerências regionais solicitam às administrações municipais que definam três trechos importantes para o município. Essa indicação é submetida aos CMDRS que analisam e definem quais são prioritários. A partir daí, os profissionais do IDR-Paraná fazem o RTV. Com a aprovação do projeto técnico dos trechos a serem recuperados, as prefeituras firmam um contrato com a Seab que libera a execução da obra. O trabalho pode ser feito pela prefeitura ou por empresas cadastradas. Amauri destaca que esse trabalho nunca é feito isoladamente. “A readequação das estradas rurais sempre está integrada às ações em cada microbacia”, disse. Amauri informou que, ainda neste semestre, o Instituto vai elaborar o cadastro e credenciamento das empresas de terraplanagem, para que elas possam participar dos processos de licitação para obras de estradas rurais.