Agroecologia e Educação Ambiental: o caminho para uma sociedade mais consciente e sustentável 24/01/2025 - 08:04
O Dia Mundial da Educação Ambiental é comemorado em 26 de janeiro. A data, criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, reforça a importância de práticas que respeitem o meio ambiente e promovam a sustentabilidade.
A agroecologia, base dos trabalhos da Estação de Pesquisa em Agroecologia do IDR-Paraná, localizada em Pinhais (PR), une produção agrícola, conservação ambiental e bem-estar social. Esses princípios dialogam diretamente com a educação ambiental.
“Nos últimos anos, temos acompanhado uma série de problemas ambientais ligados às mudanças climáticas, insegurança alimentar, uso indiscriminado de agrotóxicos, entre outros fatores, que fazem da educação ambiental uma estratégia essencial para conscientizar a sociedade sobre o impacto da ação humana e a necessidade urgente de discutir e incluir o tema no dia a dia da população”, afirma Moacir Roberto Darolt, gerente do Projeto Casa da Agroecologia.
Por meio do projeto, a equipe da Estação de Pesquisa recebe grupos diversificados, como alunos de todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até o superior. Dentre as atividades que os visitantes podem conhecer nos 147 hectares da unidade estão o meliponário com diversas espécies de abelhas sem ferrão, áreas de plantio, bioconstruções de bambu, manejo de animais, plantas medicinais e minhocário.
Aparecida Fernandes foi uma das professoras que, em 2024, trouxe alunos do ensino fundamental para ver de perto as vacas, as abelhas e o pomar de frutas vermelhas. “Grande parte desses estudantes mora em apartamentos e nunca havia visto esses animais de pertinho. Vivências em ambientes naturais conectam diferentes áreas do conhecimento e despertam o sentimento de pertencimento ao planeta”, explicou Aparecida.
Além dos alunos, outros grupos, rurais e urbanos, participam de atividades como visitas e cursos. A agricultora Denise Maria Cruz explica que a Estação de Pesquisa colaborou para que ela colocasse em prática atividades como a criação de abelhas sem ferrão. “Antes, não conseguia ver abelhas nativas aqui onde moro. Quando as primeiras abelhas chegaram, já consegui vê-las forrageando no quintal e na horta orgânica também”, contou. Denise também participou dos cursos de horta orgânica, bambu e fruticultura de clima temperado, dos quais tirou muitos aprendizados.
A engenheira agrônoma Simone Richter, extensionista do IDR-Paraná, ressaltou a importância da diversidade de públicos atendidos. “Quanto maior a diversidade, mais conseguimos demonstrar a produção agroecológica e deixamos o processo de certificação transparente. Formar cidadãos mais conscientes potencializa a geração de demanda por alimentos orgânicos, respeitando o ambiente e fortalecendo a agricultura familiar.”
Agroecologia: um caminho para campo e cidade
A educação ambiental não apenas conscientiza, mas é um chamado para a ação. Entre as ações externas da Estação estão a assistência técnica para agricultores interessados em aplicar práticas orgânicas e a interação com espaços urbanos.
Em 2024, uma das instituições que recebeu a doação de uma caixa de abelhas sem ferrão e montou um espaço sensorial foi a APAE de Campina Grande do Sul (PR). “Foi maravilhosa a experiência e, cada vez, a gente vai ampliando mais o conhecimento dos alunos, mesmo eles tendo uma autonomia diferente por serem alunos especiais. Espero estabelecer mais parcerias como essa”, reforçou a professora regente da APAE Vanesa Neves.
“Mudar valores, conhecer formas de convivência harmônica com a natureza, criar habilidades e desenvolver competências ambientais são passos fundamentais para dar esperança às futuras gerações. Apenas assim construiremos um mundo mais sustentável e justo para todos”, conclui Moacir Roberto Darolt.