Alerta Ferrugem é retomado no Paraná 17/10/2023 - 09:02

 

Pelo oitavo ano consecutivo o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater), em parceria com Embrapa Soja, Sistema Faep-Senar e Universidades, dão início ao Alerta Ferrugem, uma rede de monitoramento da Ferrugem-asiática da soja no estado. Com o auxílio de coletores de esporos, distribuídos pelas regiões produtoras, agricultores e profissionais da assistência técnica têm como detectar a presença do agente que, combinado às condições climáticas favoráveis, pode causar a doença nas lavouras. De acordo com especialistas, a ocorrência do “El Niño” pode antecipar o aparecimento da ferrugem neste ano. Ainda assim, a exemplo das safras anteriores, espera-se que o Alerta Ferrugem reduza em mais de 30% o número de aplicações de fungicidas nos plantios de produtores que acompanham as informações divulgadas pelo monitoramento.

Edivan José Possamai, coordenador estadual do projeto Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, informou que neste ano aproximadamente duzentas propriedades do estado contarão com os coletores de esporos. Além disso, 110 extensionistas do IDR-Paraná estarão envolvidos na análise dos dados e assistência aos produtores. “O coletor é mais uma ferramenta para o manejo da ferrugem-asiática da soja. Ele identifica a chegada dos esporos em uma região e ajuda a determinar o momento exato de fazer a aplicação de fungicida”, afirmou. Possamai explicou que além dos esporos, é preciso haver umidade e temperatura adequadas para o desenvolvimento da doença nas lavouras. Ele acrescentou que o sistema Alerta Ferrugem evita aplicações desnecessárias, precoces ou tardias, de fungicida que não surtem qualquer efeito sobre a ferrugem. Possamai informou também que, nas sete safras passadas o monitoramento da doença teve um impacto relevante para os produtores. “Observamos uma redução de 38% no número de aplicações, sem perda de produtividade”, destacou.

Nesta safra a ferrugem-asiática da soja pode chegar mais cedo nas lavouras do Paraná. De acordo com Possamai, dois fatores contribuem para esta chegada antecipada da doença ao Paraná. O primeiro deles é que o inverno ameno deste ano, sem geadas fortes, beneficiou o desenvolvimento da soja “guaxa” (plantas que nascem espontaneamente), sobretudo onde o vazio sanitário da soja não foi realizado com rigor, o que garantiu a sobrevivência da doença em plantas espontâneas. O segundo motivo é o clima, sob influência do El Niño, que aumenta a ocorrência de chuvas e umidade, condição ideal para o desenvolvimento da doença.

Para enfrentar este cenário desfavorável, o Alerta Ferrugem divulga semanalmente orientações técnicas amparadas em informações dos coletores e condições meteorológicas. Os dados estão no site do IDR-Paraná ao alcance de produtores e profissionais da assistência técnica. Para acessar os dados CLIQUE AQUI.