Aplicativo para controle biológico do greening dos citros é lançado na ExpoLondrina 11/04/2024 - 09:57

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) lançou nesta quarta-feira (10) o aplicativo IDR-Tamaríxia, em evento promovido na ExpoLondrina com participação de produtores, técnicos, pesquisadores e lideranças do setor agropecuário.

Desenvolvido por pesquisadores e especialistas do setor de tecnologia de informação do próprio IDR-Paraná, o aplicativo oferece, a técnicos e produtores, orientações para a distribuição adequada da vespinha tamaríxia, que é um inimigo natural usado para reduzir a população do psilídeo, o inseto vetor da bactéria causadora da doença nos pomares de citros.

“É uma ferramenta muito importante para o enfrentamento do greening. Falta suco no mundo e temos espaço para aumentar nossa produção”, afirmou o secretário de agricultura e do abastecimento, Norberto Anacleto Ortigara.

O Paraná tem cerca de 30 mil hectares cultivados com cítricos, o que inclui a produção de laranja, tangerina e limão. É a principal exploração da fruticultura paranaense.

A distribuição da vespinha tamaríxia é uma estratégia de manejo biológico adotada em zonas produtoras de citros de todo o mundo para complementar outros métodos de controle do greening — como a aplicação de inseticidas para combater o psilídeo, erradicação de plantas doentes, implantação de quebra-vento, plantio de mudas sadias e adensamento de plantio. 

O IDR-Paraná vem produzindo e liberando tamaríxias desde 2016, trabalho desenvolvido em parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Integrada Cooperativa Agroindustrial e Grupo Prates. 

De acordo com o pesquisador Adriano Hoshino, ligado ao IDR-Paraná, nesse período foram distribuídas mais de 10 milhões de vespinhas, liberadas em 21 municípios da Região Norte e 18 do Noroeste do Estado. 

A liberação de tamaríxias é feita em pomares domésticos (tanto de áreas rurais como urbanas), plantios comerciais abandonados e também nas cidades, sobretudo onde há plantas de murta, espécie ornamental que é uma das principais hospedeiras do psilídeo. É feito dessa forma porque nesses locais não há aplicação de inseticidas e as vespinhas ficam “protegidas”.

Dentre suas diversas funcionalidades da aplicação, destaca-se a possibilidade de construir banco de dados e gerar mapas com o histórico de liberação em cada local, explicou Hoshino.

MAIS APLICATIVOS — Também foi lançado no evento o aplicativo Risco Geada Paraná, que oferece uma estimativa percentual sobre a possibilidade de ocorrer o fenômeno em 49 municípios do Estado. 

O objetivo da ferramenta é oferecer a técnicos e produtores um instrumento que auxilie o planejamento das atividades agrícolas com redução de riscos de natureza climática. A partir de uma compilação de dados obtidos em mais de 20 anos de acompanhamento, a aplicação traz o histórico de ocorrência de geadas fracas, médias e fortes em cada local.
 
“Não se trata de previsão de geadas, mas a estimativa do percentual de risco com base no histórico de dados”, informou o pesquisador Luiz Antonio Odenath Penha. 

O aplicativo IDR-Paraná Orgânico, que também foi apresentado pela primeira vez ao público, oferece informações detalhadas para orientar técnicos e produtores interessados em fazer o processo de certificação de propriedades que adotam esse sistema de produção agropecuária.

Com esses lançamentos, o IDR-Paraná chega a 11 aplicativos para celulares desenvolvidos para auxiliar técnicos e produtores nas mais diferentes áreas da agropecuária. Todos eles estão disponíveis gratuitamente no Google Play e Apple Store.