Os índices pluviométricos de fevereiro de 2024 foram bastante variáveis no Paraná, mas de maneira geral pode-se considerar um mês com quantitativos de precipitações favoráveis (Figura 1). As chuvas se concentraram majoritariamente na segunda quinzena do mês. A maior precipitação mensal foi registrada em Guaraqueçaba no Litoral (482,4 mm) e a menor em Cascavel no Oeste paranaense (24,8 mm).

As anomalias de precipitação também foram bastante heterogêneas nas diversas regiões do Estado (Figuras 2 e 3). Choveu destacadamente acima da média na região Sul e abaixo da média no Oeste e Noroeste do Paraná, nas demais regiões a chuva foi próximo da média histórica. Na média estadual, a precipitação em fevereiro/2024 foi de 168,9 mm, valor bem próximo da média histórica que é 172,9 mm. Tempestades com ventos fortes ocorreram em Curitiba (03/02) e Cascavel (04/02) e alagamentos foram registrados em Londrina (20/02) e Guarapuava (25/02).

O calor foi bastante intenso em quase todas as regiões do Paraná, especialmente no Oeste (Figura 4). Em Santa Helena, por exemplo, a média das temperaturas máximas foi 34,8 oC. No Litoral, devido às chuvas frequentes e abundantes, as temperaturas máximas foram mais amenas em relação à histórica.

As temperaturas mínimas de fevereiro também foram bastante elevadas no Paraná (Figura 4). Na média estadual, a temperatura máxima e mínima do ar foram 1,3 oC e 1,2 oC acima da média histórica, respectivamente. As temperaturas médias ficaram 1 e 2 oC acima dos valores históricos na maioria das regiões (Figura 5).

Figura 4. Anomalia das temperaturas máximas e mínimas do ar de fevereiro de 2024 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar. 

SOJA – Até o final de fevereiro 66% da safra de soja no Paraná apresentaram boas condições, 29% condições medianas e 5% condições ruins (SEAB). A condição da cultura teve uma leve melhora em relação ao mês de janeiro. Mas a grande maioria das lavouras do Paraná apresentou produtividade abaixo do esperado, decorrente das altas temperaturas e chuvas escassas e irregulares durante a safra. Até o final do mês 64% da soja foram colhidas no Estado.

MILHO 1ª SAFRA – De acordo com a SEAB, até janeiro 60% da safra de milho no Paraná apresentaram condições consideradas boas, 32% médias e 8% ruins. A condição da cultura piorou em relação ao mês anterior. A seca, o calor intenso e o ataque de pragas durante a safra afetaram significativamente a cultura. A grande maioria do milho encontra-se na fase de frutificação (6%) e maturação (94%). 73% da área do Paraná foram colhidas até o final do mês.

MILHO 1ª SAFRA – De acordo com a SEAB, até fevereiro, 82% da área de milho foram semeadas e as condições de desenvolvimento da grande maioria (95%) são boas.

FEIJÃO 1ª SAFRA – A colheita do feijão foi concluída (SEAB). O feijão colhido apresentou produtividade muito abaixo do potencial da cultura, devido às condições climáticas desfavoráveis, como chuva excessiva em outubro e novembro e altas temperaturas e precipitações escassas em dezembro e janeiro.

FEIJÃO 2ª SAFRA – Até o final do mês 98% da área de feijão foram semeadas (SEAB) e as condições de desenvolvimento da grande maioria (97%) são boas.

MANDIOCA – As lavouras apresentaram boas condições vegetativas e desenvolvimento satisfatório.

FRUTICULTURA – De modo geral, o desenvolvimento das frutíferas ocorreu dentro da normalidade.

OLERÍCOLAS – Devido ao calor excessivo de fevereiro, as hortaliças foram muito prejudicadas e os olericultores tiveram dificuldade em manter o cultivo dos diversos produtos, refletindo em alta nos preços para o consumidor final.

CAFÉ – O café encontra-se na fase de frutificação e devido às chuvas ocorridas no mês de fevereiro apresentou um bom enchimento dos grãos.

PASTAGENS – As pastagens apresentaram uma produção satisfatória de massa verde, proporcionando alimento para os animais.

MANANCIAIS HÍDRICOS – Os rios, represas e córregos apresentaram níveis de água adequados, atendendo as necessidades de irrigação.

Elaborado pela equipe de Agrometeorologia do IDR-Paraná, Londrina:

Heverly Morais

Pablo Ricardo Nitsche

Angela Beatriz Ferreira da Costa

Apoio: SEAB e SIMEPAR