Fevereiro foi mais um mês com predomínio de seca em grande parte do Paraná, sendo o quarto mês consecutivo com baixos quantitativos de precipitação. Em alguns locais do litoral, Campos Gerais e extremo Oeste, a precipitação total registrada em fevereiro ficou abaixo de 30 mm (Figura 1). Somente em uma região no nordeste do Estado houveram quantidades significativas de precipitação, como em Jaguariaíva que choveu 307,4 mm (Figura 1).
 

Figura 1. Precipitação total em fevereiro de 2022 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

As chuvas nesse mês ficaram muito abaixo da média histórica na maior parte do Estado (Figura 2). O déficit de precipitação foi mais expressivo em regiões ao Norte, Noroeste, Litoral e Região Metropolitana de Curitiba, com déficit de até 170 mm. Em Londrina, por exemplo, a média histórica é de 182,8 mm e em fevereiro/2022 choveu somente 89,8 mm, sendo a maioria pancada de chuvas rápidas, localizadas e em baixos quantitativos, causadas pelo aquecimento e umidade local.
 

Figura 2. Desvios de precipitações registradas em fevereiro de 2022 em relação à média histórica, em alguns municípios do Paraná. Fonte: Simepar.

Em decorrência da pouca precipitação, as temperaturas foram muito elevadas, com valores acima das médias históricas em praticamente todo o Estado. A Figura 3 apresenta a diferença entre a temperatura máxima histórica de fevereiro e a máxima em fevereiro/2022. Em média, as temperaturas máximas no Paraná foram 1,9ºC acima do esperado. Em Cândido Abreu, por exemplo, a média histórica das temperaturas máximas de fevereiro é 30,3ºC e em fevereiro de 2022 registrou 34,1ºC, ficando 3,8ºC acima do esperado para o mês. Em Guaíra, a média mensal da temperatura máxima de fevereiro foi 34,9ºC, valor muito elevado quando comparado com a média histórica que é 31,7ºC.
 

Figura 3. Desvios das temperaturas máximas registradas em fevereiro de 2022 em relação à média histórica, em alguns municípios do Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

Devido à seca e às altas temperaturas, a agricultura foi seriamente prejudicada em fevereiro, principalmente as grandes culturas como a soja, milho e feijão.

SOJA

Intensificou-se a colheita da soja no Paraná e de acordo com a Seab, até o momento, houve quebra de 45% da produtividade no Estado, em média, sendo a região Oeste a mais afetada. Isso ocorreu devido às condições adversas do clima, com pouca chuva principalmente nas fases críticas de florescimento e enchimento de grãos.

MILHO 1ª SAFRA

No mês de fevereiro a maioria do milho primeira safra cultivado no Paraná encontrava-se na fase final do ciclo ou na colheita. Essa cultura também foi muito prejudicada pela estiagem que tem acometido o Paraná desde novembro de 2021, e segundo a Seab a redução da produtividade no Estado foi de 35% até o momento.

FEIJÃO 1ª SAFRA

O feijão primeira safra também se encontrava na fase de colheita. De acordo com a Seab a cultura teve uma quebra média de safra de 33% no Estado, devido à falta de chuva.

MILHO e FEIJÃO 2ª SAFRA

Intensificou-se a semeadura do milho e do feijão segunda safra no Paraná, no entanto a escassez de chuva e as altas temperaturas de fevereiro prejudicaram o desenvolvimento inicial dessas culturas.

HORTALIÇAS

O calor intenso de fevereiro prejudicou o desenvolvimento das hortaliças, principalmente as folhosas. Houve necessidade de irrigação intensiva e consequentemente aumento dos custos de produção.

FRUTÍFERAS e CAFÉ

A pouca chuva afetou o potencial produtivo das culturas perenes como frutíferas e café.

PASTAGENS

Em algumas regiões paranaenses as pastagens também foram prejudicadas pelo baixo quantitativo de chuva, com redução na produção de massa verde.

Dados: Setor de Agrometeorologia do IDR-Paraná