Boletim agrometeorológico do IDR-Paraná de junho mostra poucas chuvas e frio intenso afetando diversas culturas  05/07/2021 - 11:46

 Junho de 2021 foi marcado pelo frio. Uma intensa massa polar ingressou no Estado no final do mês e provocou um forte resfriamento nos dias 29 e 30, com registros de temperaturas negativas em muitas localidades (Figura 1). As temperaturas mínimas variaram de -4°C a 7°C no dia 29 e de -4°C a 5°C no dia 30.

Nesses dias, em especial no dia 30, houve ocorrência de geadas generalizadas no Estado, inclusive nas regiões Norte e Noroeste paranaense.

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Figura 1. Temperaturas mínimas registradas em 29 e 30 de junho de 2021 no Estado do Paraná. Fonte: IDR-Paraná.

 

Com relação às precipitações, junho de 2021 foi mais um mês seco, com chuvas abaixo da normal climatológica na maioria das regiões paranaenses (Figura 2). Houve três episódios de chuvas fracas e moderadas no Estado, provocadas por passagens rápidas de frentes frias. Somente os municípios de Foz do Iguaçu, Lapa, Palmas, Curitiba e União da Vitória, registraram chuva ligeiramente acima da normal climatológica.

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Figura 2. Desvios de precipitações registradas em junho de 2021 em relação à média histórica, em alguns municípios do Paraná. Fonte: Simepar.


As chuvas registradas em junho não foram suficientes para repor a água no solo e o mês se encerrou com déficit hídrico em grande parte do Estado, em especial na região Oeste (Figura 3).

Figura 3

Figura 3. Déficit/excesso hídrico do solo em 30/06/2021 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná

 

Estas chuvas amenizaram um pouco as perdas e a condição hídrica crítica das lavouras, mas não foram suficientes para suprir toda a demanda das culturas. Além disso, as fortes geadas ocorridas no Paraná afetaram significativamente diversas culturas como milho, hortaliças, tomate, pastagens, entre outras, implicando em perdas expressivas na agricultura e pecuária.

Milho Segunda Safra
Desde a semeadura, a cultura do milho enfrenta uma condição hídrica insatisfatória no Paraná e no mês de junho não foi diferente. Além do déficit hídrico, a cultura foi impactada severamente por geadas generalizadas ocorridas no Estado no final de junho. As perdas ainda serão contabilizadas, mas grande parte das lavouras terão perdas expressivas, pois estavam em fases de desenvolvimento mais sensíveis a geadas.

Hortaliças
As hortaliças foram severamente afetadas pelas geadas, principalmente as folhosas devido à alta sensibilidade. Em caso de geada, a cobertura dos canteiros e a irrigação por aspersão durante as noites de geadas, são práticas de manejo preventivas recomendadas.

Pastagens
As áreas de pastagens, que já tinham sido prejudicadas pela estiagem também foram prejudicadas com as geadas. As dificuldades em alimentar o gado de corte e de leite e demais animais se agravaram, dificultando o manejo dos animais e aumentando os custos com alimentação complementar.

Café
O IDR-Paraná emitiu os “Alertas Geadas” e os cafeeiros novos foram protegidos das geadas. Porém, os cafeeiros adultos tiveram grande parte de sua copa danificada, afetando as produções das próximas safras.

Tomate
Os tomates, em fase final de frutificação e colheita, foram afetados pelas geadas devido sua alta sensibilidade ao frio, mesmo os cultivados em estufas. Em caso de geada recomenda-se o aquecimento das estufas. 

Cana deAçucar
Nas áreas de cana-de-açúcar recém-plantadas podem ocorrer perdas pela geada nas brotações novas.

Fruticultura
Frutíferas como abacaxi, laranja, banana, entre outras, também foram prejudicadas pelas geadas.

Cereais deInverno
O trigo, a cevada e a aveia, pela baixa exigência hídrica e tolerância à geada nas fases iniciais, apresentaram bom desenvolvimento no mês de junho. Assim, o atraso da semeadura favoreceu essas culturas, evitando danos com geadas. Apenas uma pequena parte das lavouras, 1% de acordo com o Departamento de Economia Rural da Seab (Deral), localizadas no Centro-Oeste, Sudoeste, Oeste e Norte do estado estavam em fase de floração e poderão ter danos com as baixas temperaturas.

Mandioca
No mês de junho concentrou-se a colheita da mandioca. Mesmo com a pouca chuva as condições climáticas favoreceram a operação.

Feijão
A grande maioria do feijão foi colhido nesse mês de junho, 99% de acordo com o Deral. A estiagem causou perdas de produtividade.

Dados: Setor de Agrometeorologia do IDR-Paraná