Boletim agrometeorológico do IDR-Paraná de setembro foi marcado por muita chuva em todo o estado 05/10/2022 - 11:29

Setembro de 2022 foi marcado por muita chuva no Paraná (Figura 1). O quantitativo de precipitação variou de 108,4 mm registrado em Maringá, até 323,4 mm totalizados em Entre Rios.

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Figura 1. Precipitação (mm) registrada em setembro de 2022 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

Assim, o mês finalizou com chuvas acima da média em todas as regiões do Estado (Figura 2), como em Guaíra no Noroeste, em que a média histórica é de 96,1 mm e choveu 281,2 mm em setembro de 2022, superando em 185,1 mm. O município de Apucarana, no Norte do Paraná foi o que mais se aproximou da média histórica, com um total pluviométrico de 114,6 mm em setembro de 2022 e média histórica de 110,8 mm. Em média, choveu 218,7 mm no Estado e a normal climatológica é de 118,6 mm, superando assim, 100,1 mm da chuva esperada para o mês.

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Figura 2. Anomalia de precipitações (mm) registradas em setembro de 2022 em relação à média histórica em alguns municípios do Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

Setembro foi um mês gelado no Paraná. Em decorrência das chuvas em abundância e entradas de massas de ar frio no Paraná, as temperaturas de setembro foram muito baixas, tanto as máximas como as mínimas, com valores inferiores às médias históricas em todo o Estado, especialmente as temperaturas máximas. A Figura 3 apresenta a diferença entre a temperatura máxima e mínima histórica de setembro e a média em setembro de 2022. Em Assis Chateaubriand, por exemplo, a média histórica da temperatura máxima de setembro é 29,1oC e em setembro de 2022 registrou 22,7oC, ficando 6,4oC abaixo do esperado para o mês. Em Foz do Iguaçu a temperatura mínima registrada no mês foi 12,3oC, valor 2,8oC abaixo do esperado, que é 15,1oC. Em média, as temperaturas máximas e mínimas do Paraná foram 4,5oC e 1,7oC, respectivamente, abaixo da normal climatológica.

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Figura 3. Anomalia das temperaturas máximas e mínimas de setembro de 2022 no Paraná. Fonte: Simepar.

Com relação às geadas, nos dias 03, 04, 23 e 24 de setembro houve atuação de massas de ar de origem polar de intensidades variando de fraca a forte, de acordo com cada região, o que provocou quedas acentuadas das temperaturas (Figura 4) e formações de geadas nas regiões mais ao sul do Estado.

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Figura 4. Temperaturas mínimas de 03, 04, 23 e 24 de setembro de 2022 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar.

Quanto ao efeito do clima na agricultura do Paraná, de modo geral, os altos índices pluviométricos registrado em setembro beneficiaram a agricultura e pecuária. Por outro lado, a cultura do trigo foi prejudicada pelas condições climáticas.

Soja – Iniciou em setembro a semeadura da safra de soja no Paraná. De acordo com a SEAB, nesse mês foram implantadas 9% da safra. Houve atraso devido às chuvas constantes. Nessa safra de 2022/23, a Seab estima uma produção de 21,5 milhões de toneladas no Estado, se não ocorrer intempéries climáticas. As chuvas de setembro favoreceram ao aumento da disponibilidade de água no solo e germinação das sementes.

Milho 1ª safra – De acordo com a Seab, 58% da área de milho 1ª safra foram semeadas em setembro no Paraná, de um total estimado de 406 mil hectares. A expectativa para a safra é produzir 3,9 milhões de toneladas, se não houver adversidades climáticas. As chuvas constantes de setembro favoreceram o abastecimento hídrico do solo, porém reduziu o ritmo da semeadura do milho. Observou-se já no início da safra uma alta incidência de cigarrinha, necessitando de controle químico.

Feijão 1ª safra – A cultura do feijão na sua grande maioria estava em fase de implantação e desenvolvimento inicial. O frio prejudicou o desenvolvimento de algumas lavouras, bem como as precipitações constantes impediram a semeadura do feijão. Por outro lado, os grandes quantitativos de chuvas favoreceram a germinação das sementes.

Trigo – Em setembro deu-se continuidade na colheita do trigo no Paraná. De acordo com a Seab, até o final do mês, 37% da área havia sido colhida. Fatores climáticos como altos índices pluviométricos e episódios de geadas ocorridos em setembro, além do longo período seco registrado em junho e julho, prejudicaram a qualidade e produtividade do cereal.

Milho 2ª safra – A colheita do milho foi praticamente finalizada no Paraná. Segundo a Seab, as produtividades foram classificadas como boa (80%), média (19%) e ruim (1%), devido às intempéries climáticas e ataques recorrentes de cigarrinhas durante a safra.

Mandioca – As condições climáticas de setembro favoreceram o plantio e desenvolvimento vegetativo da cultura da mandioca.

Cana-de-açúcar – A colheita da cana-de-açúcar foi paralisada devido às chuvas constantes de setembro. As novas lavouras apresentaram bons desenvolvimentos.

Fruticultura – As chuvas acima da média histórica foram benéficas para as frutíferas em geral.

Olerícolas – Em geral, as olerícolas se beneficiaram do alto índice pluviométrico ocorrido em setembro. Somente as folhosas cultivadas a céu aberto foram prejudicadas pelas chuvas excessivas.

Café – As chuvas abundantes de setembro beneficiaram a cultura do café, principalmente a florada do cafeeiro.

Pastagens – Devido ao alto quantitativo pluviométrico de setembro, as pastagens aumentaram a produção da massa verde.

Mananciais hídricos – As chuvas elevaram consideravelmente os níveis dos rios, represas e córregos.

Dados: Setor de Agrometeorologia do IDR-Paraná