Boletim agrometeorológico do IDR-Paraná mostra agosto extremamente seco, causando prejuízos na agricultura e pecuária 02/09/2021 - 13:15
Agosto de 2021 foi marcado por um clima extremamente seco e quente em grande parte do Estado. A maioria das regiões paranaenses tiveram precipitações abaixo da normal climatológica (Figura 1).
Figura 1. Desvios de precipitações registradas em agosto de 2021 em relação à média histórica, em alguns municípios do Paraná. Fonte: Simepar.
Caracterizou-se uma condição de seca, a qual foi mais severa nas regiões Norte e Noroeste do Paraná, registrando até 40 dias sem chuva, como foi o caso de Londrina (Figura 2).
Figura 2. Número de dias sem chuva. Paraná, 26 de agosto de 2021. Fonte: IDR-Paraná e Simepar
As chuvas registradas em agosto não foram suficientes para repor a água no solo (Figura 3). Em grande parte do Estado o déficit hídrico no solo foi de -50 a -70 mm no final do mês. Somente o litoral e a região Metropolitana de Curitiba encerraram agosto com um leve excesso hídrico no solo.
Figura 3. Déficit/excesso hídrico do solo em 31/08/2021 no Paraná. Fonte: IDR-Paraná e Simepar
Além da seca, uma onda de calor atuou sobre o Paraná nos dias 16 a 25, provocando altas temperaturas do ar e superando, em muitas localidades, a temperatura máxima já registrada em 2021 até então (Figura 4).
Figura 4. Média das temperaturas máximas do ar registradas no período de 16 a 22 de agosto de 2021. Fonte: IDR-Paraná e Simepar
A agricultura e pecuária foram prejudicadas neste mês, principalmente devido à seca.
Milho Segunda Safra - O longo período sem chuva favoreceu a colheita do milho. No entanto, observaram-se perdas expressivas na produtividade e qualidade devido à estiagem e às geadas.
Milho Primeira Safra – Pontualmente, em algumas localidades já se realizou a semeadura do milho primeira safra e em outras houve o preparo com dessecação para a semeadura.
Hortaliças - A seca provocou uma redução considerável no volume das águas dos lagos, rios e riachos, utilizadas para a irrigação das hortaliças, com isso houve racionalização no consumo de água.
Pastagens – As pastagens foram muito afetadas no mês de agosto, principalmente nas regiões onde a seca foi extensa e houve pouca chuva. No entanto, as precipitações ocorridas em agosto estimularam a rebrota e amenizaram um pouco a situação crítica das pastagens, advinda da seca severa e das geadas ocorridas em julho.
Café – O longo período sem chuva favoreceu a colheita do café de ciclo tardio. As precipitações, apesar de pouco volumosas, favoreceram o desenvolvimento dos cafeeiros.
Cana-de-Açucar – O longo período sem chuva favoreceu a colheita da cana-de-açúcar.
Fruticultura – As frutíferas tropicais foram muito prejudicadas pela estiagem e geadas, necessitando de uma quantidade maior de precipitação para recuperação de seu potencial produtivo.
Trigo e Cevada – Apesar de ser tolerante ao frio e ao déficit hídrico, dependendo do estádio de desenvolvimento, algumas áreas de trigo e cevada foram prejudicadas pela estiagem e pelas geadas ocorridas em julho, afetando seu potencial produtivo.
Batata e Cebola – No mês de agosto foi efetuado o plantio das culturas da batata e cebola.
Mandioca – A estiagem atrasou o plantio de mandioca.
Feijão – Em muitas regiões iniciaram a semeadura do feijão e em outras houve o preparo com dessecação para a semeadura.
Mananciais Hídricos – Devido à chuva abaixo da normal climatológica desde 2019, os rios, lagos, riachos, nascentes e aquíferos estão com seus níveis abaixo do normal, prejudicando a irrigação na agricultura e fornecimento para o gado.
Incêndios – Devido à estiagem prolongada houve vários focos de incêndios em matas, plantações e pastagens no Paraná.
Dados: Setor de Agrometeorologia do IDR-Paraná