A Integração de Pesquisa, Ensino e Extensão reflete o interesse crescente pela produção orgânica

Ao longo de 2023, a Casa da Agroecologia, se destacou como um epicentro de educação e inovação em práticas sustentáveis. A estação, com seus 147 hectares, recebeu um total significativo de 2.421 visitantes, refletindo um interesse crescente pela agroecologia por parte de um público diversificado (Figura 1).

Segundo João Ari Gualberto Hill, coordenador geral do Polo Regional de Pesquisa de Curitiba do IDR-Paraná, o projeto "Casa da Agroecologia" foi planejado para fortalecer a rede de relações entre pesquisa, extensão, ensino, organizações, empresas e a comunidade rural-urbana, integrando equipes que atuam na pesquisa e extensão rural do Instituto com o foco em socializar e transferir tecnologias geradas e validadas na Estação de Pesquisa em Agroecologia-CPRA. “A pesquisa e a extensão modernas não mais trabalham de forma isolada. Quanto mais próximas, maior a efetividade de nossas ações, gerando benefício, em especial, para o desenvolvimento rural”.

Figura 1. Público atendido diretamente na Estação de Pesquisa em Agroecologia/CPRA do IDR-Paraná de Pinhais-PR.

O público é variado e incluiu visitas de alunos do ensino fundamental, médio e universidades (que representam quase metade do público total), técnicos e profissionais das ciências agrárias (22%), agricultores e suas organizações (15%), agentes públicos, merendeiras, público social, além de consumidores de alimentos orgânicos. Atividades internas como visitas técnicas em manejo de bovinos de leite em sistema agroecológico, fruticultura e olericultura, manejo de solo, cursos sobre plantas medicinais e meliponicultura, além de oficinas sobre bambu, atraíram o interesse do público. Outros eventos externos, como palestras e apresentações sobre agroecologia e comercialização em circuitos curtos, além de dias de campo com temas técnicos, expandiram o alcance da estação.

Para Moacir Darolt, Coordenador do Projeto, esses resultados são possíveis pelo engajamento, expertise e dedicação de uma equipe de profissionais do IDR-Paraná que vão além do conhecimento técnico e econômico, mas consideram chaves as questões sociais, ambientais, de saúde e educacionais.  Somente as visitas de crianças e adolescentes, por exemplo, representaram quase 20% do total (Figura 2), ressaltando a preocupação com as novas gerações em projetos de educação ambiental e agroecologia.  Ademais, Darolt ressalta que parceiros como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA), as Escolas Públicas e Prefeituras da região metropolitana de Curitiba, foram chaves para o alcance dos resultados.   

Este interesse variado e abrangente demonstra não apenas a relevância da Casa da Agroecologia como recurso educativo, mas também a crescente conscientização e valorização da agroecologia.

Números de 2023

Ao longo do ano, foram realizados vários eventos internos, com destaque para as 52 visitas técnicas, maioria de cursos das Ciências Agrárias, Biológicas e Nutrição.   Os vários cursos e oficinas tiveram participação de extensionistas e pesquisadores do IDR-Paraná, além de participação de parceiros importantes como o SENAR. Este alto nível de atividade ressalta o papel crucial da Casa como um centro de educação e pesquisa em agroecologia (Figura 2).

Figura 2 – Quantidade e tipo de eventos da Casa da Agroecologia (IDR-Pinhais, 2023)  

Houve uma participação expressiva também de profissionais da Casa em 43 eventos externos (Figura 3), que atingiram indiretamente outras 2.221 pessoas, em eventos como dias de campo, oficinas, feiras de sementes, jornada de agroecologia, congresso brasileiro de agroecologia, encontros e seminários regionais, além de participações acadêmicas em bancas de trabalhos de conclusão de curso (TCC), mestrado e doutorado.

Figura 3 – Público externo da Casa da Agroecologia (IDR-Pinhais, 2023)

Esses números demonstram o envolvimento ativo da Casa da Agroecologia em disseminar conhecimentos e práticas sustentáveis além de suas fronteiras físicas, reforçando seu papel vital na promoção da agroecologia tanto para um público urbano, como na construção de uma comunidade agrícola mais sustentável.