Conselhos Consultivos Mesorregionais são instalados e vão orientar os trabalhos do agronegócio no Estado 23/11/2020 - 12:34
Os sete Conselhos Consultivos das mesorregiões do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) foram empossados neste mês. Esta é uma estratégia para aumentar a participação da sociedade na definição das atividades do Instituto para que sejam mais assertivas ao desenvolver ações.
Fazem parte dos Conselhos representantes de diversos segmentos do agronegócio, como cooperativas, sindicatos, consumidores, secretarias municipais de agricultura, operadoras de crédito rural, universidades, sociedades rurais, grupos de agroecologia, Sebrae e Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Estes membros poderão indicar linhas de trabalho para o IDR-Paraná. Foram escolhidos um coordenador por Conselho e, juntos, estes sete coordenadores regionais, por sua vez, vão integrar um conselho estadual a ser instalado ainda este ano.
Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, destaca que a criação dos conselhos é uma forma de buscar o conhecimento da sociedade organizada. “São conselhos de aconselhamento para calibrar a nossa ação, para decidir o que é mais importante e o que é secundário, qual é o foco da pesquisa, dos serviços. Convocamos o setor privado - cooperativas, sindicatos, universidades, serviços privados - para nos ajudar a ter clareza de propósito em cada região”, observa.
Para o secretário, com a criação desses conselhos será possível conhecer a realidade, as vocações adequadas e o tipo de atividade agrícola que deve ser intensificada em cada região. Ortigara acrescenta que, com os conselhos, a extensão rural e pesquisa podem focar seu trabalho na superação de entraves, dificuldades e defeitos de produção. “É uma visão moderna, já que cada coordenador desses sete conselhos terá assento no Conselho Estadual que vai decidir o futuro da pesquisa e assistência técnica da nossa agricultura”, explica o secretário.
Articulação:
O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, aponta que os conselhos consultivos regionais se constituem em um fórum de debate do Instituto com a sociedade para afinar ações técnicas apropriadas ao desenvolvimento rural nas diversas regiões do estado. “Os conselhos representam as organizações presentes nos territórios e foram formados com o objetivo de sistematizar a discussão de prioridades para a pesquisa e extensão rural, considerando os desafios de uma agricultura mais sustentável, com mais renda e qualidade de vida e menos desigualdades sociais. É, portanto, uma estratégia de articulação para qualificar a entrega de um serviço público de mais qualidade”, ressalta Souza.
Luiz Gusi, secretário de Segurança Alimentar de Curitiba, foi escolhido coordenador do Conselho da mesorregião da RMC e Litoral. Ele afirma que atualmente o consumidor quer conhecer a origem do produto, porque está focado em ter uma alimentação de qualidade e valoriza a agenda de sustentabilidade, priorizando a produção local.
Por outro lado, o agricultor precisa estar conectado a essa demanda do consumidor, se não o agronegócio não se viabiliza. É preciso atender às necessidades desse público, para que esse o agricultor continue na sua propriedade e tenha mercado para sua produção: “Cada vez que um agricultor desse não se viabiliza o que ele faz? Muda-se para Curitiba”, destaca o secretário municipal.
Para Gusi, a criação dos conselhos pode combinar a necessidade de agricultores e consumidores. Ele entende que a iniciativa do IDR-Paraná é um ato de coragem e mostra que as coisas têm que ser feitas em conjunto. Na região de Curitiba, existem mais de 34 mil agricultores. A este número somam-se ainda os agricultores da Lapa e do Litoral.
O coordenador do conselho da mesorregião metropolitana e litoral defende que um conselho pode escutar a demanda legitima das instituições e transformá-las em políticas para o setor. “É fundamental que o Instituto tenha essa visão de que, a partir de uma demanda segmentada, ele pode definir sua política de extensão, pesquisa e desenvolvimento”, conclui.
Participação técnica
O diretor de Integração Institucional do IDR-Paraná, Rafael Fuentes Llanilo, acredita que o desafio dessa nova estrutura de conselhos consultivos mesorregionais é opinar sobre as prioridades ou novas linhas de trabalho a serem adotadas pelo Instituto. Segundo ele, o que se espera é uma participação mais técnica da sociedade na determinação da programação do IDR-Paraná. “Estes conselhos podem transformar e adaptar essa programação de acordo com as necessidades da população nas diferentes regiões”, aponta. Para Llanilo, os conselhos têm esta formação, pois devem envolver parceiros institucionais na proposição e na priorização de atividades aplicadas a diferentes realidades regionais.
Reportagem: Roberto Junior Monteiro