O Dia do Trabalhador Rural é comemorado em 25 de maio, data que presta homenagens a todas as pessoas que se dedicam aos trabalhos nas zonas rurais do país. Em alusão à data, o IDR-Paraná organizou uma excursão para Minas Gerais, a qual produtores da Região Metropolitana de Curitiba puderam conhecer os trabalhos das queijarias que produzem o queijo mais famoso do Brasil.

A Serra da Canastra, localizada no Sudoeste de Minas Gerais, atualmente é um destino disputado por turistas. Além de belas paisagens, a região guarda um dos principais patrimônios imateriais do país: o queijo Canastra. A produção de queijo ganhou um status inimaginável até poucos anos atrás, ultrapassando as fronteiras nacionais. Os queijos da região já acumulam 24 medalhas mundiais, atestando a qualidade da produção. Foi justamente para conhecer o trabalho desenvolvido por esses queijeiros mineiros que um grupo de 42 produtores da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) visitou a Serra da Canastra, em meados deste mês. A viagem foi promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São José dos Pinhais, Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores Familiares do Estado do Paraná) e IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater).

De acordo com Delma Ferreira da Silva, zootecnista do IDR-Paraná, os produtores paranaenses puderam conhecer o trabalho de organização das queijarias da Serra da Canastra que transformou a região em uma referência na produção de queijos. Ela acrescentou que essa experiência pode ser trazida para a RMC, onde ainda não existe nenhuma queijaria certificada. 

Os paranaenses visitaram quatro queijarias e viram de perto todo o trabalho para produzir um queijo com identidade da região. Delma destacou o esforço dos queijeiros mineiros para legalizar suas agroindústrias. Eles também visitaram a Associação dos Produtores de Queijos da Canastra criada em 2016 e que atualmente reúne mais de 800 produtores de queijo. Participaram da viagem queijeiros e técnicos do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de oito municípios (Tijucas do Sul, Araucária, Lapa, Agudos do Sul, Piên, Cerro Azul, Rio Branco do Sul e São José dos Pinhais).

Para Carla Carvalho Gualano, da Queijaria Sapori Italiani, de São José dos Pinhais, a vigem à Serra da Canastra foi um bom incentivo aos queijeiros paranaenses. "Chama a atenção o modo como os produtores mineiros se organizaram. Foi uma fonte de inspiração para nós da Região Metropolitana de Curitiba que estamos muito carentes", observou. Carla destacou que ficou surpresa com o trabalho dos mineiros. "O lugar é maravilhoso, mas é longe da capital e não tinha nenhuma atividade forte de turismo na região. Ainda assim, eles conseguiram fazer com que o queijo da Canastra fosse conhecido no Brasil e no exterior. É um queijo maravilhoso, com identidade e legalizado. Espero que este seja o nosso futuro também", afirmou. 

Carla acredita que a RMC tem esse potencial porque possui queijos de qualidade para oferecer ao mercado. "O associativismo pode dar certo aqui. Uma associação poderia dar orientação ao produtor interessado em se legalizar e também manter um responsável técnico que diminuiria os custos para os queijeiros", acrescenta Carla. 

No próximo dia 9 de junho será realizada uma assembleia para criar a Associação dos Queijeiros da RMC. "A ideia é buscar a certificação e legalização das queijarias da região, trazendo mais renda para o produtor e mais uma alternativa para os proprietários rurais", concluiu Delma.

Reportagem: Roberto Monteiro