Extensionistas participam de levantamento da ocorrência de cigarrinha do milho 03/12/2020 - 12:52
Nos últimos anos o produtor paranaense passou a conviver com a cigarrinha nas lavouras de milho, a Dalbulus maidis. A praga paralisa o desenvolvimento da planta, o que os técnicos chamam de "enfezamento". Os prejuízos são mais sérios nos plantios da safrinha, quando a cigarrinha pode comprometer toda a produção. Um projeto piloto implementado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná) está coletando insetos e plantas em 50 municípios paranaenses. O objetivo é mapear o aparecimento da praga e as doenças que ela causa, bem como avaliar o comportamento de algumas variedades de milho suscetíveis ao ataque da cigarrinha.
Em Peabiru, região de Campo Mourão, a coleta de insetos e plantas já foi concluída. De acordo com o técnico agrícola Antonio Eduardo Egydio, do IDR-Paraná, foram coletadas amostragens de cigarrinhas e de plantas de milho guaxo (chamam-se assim as que nascem espontaneamente) em quatro pontos distintos do município. A partir da análise em laboratório, os insetos serão identificados, bem como os agentes causadores de doenças que a cigarrinha pode transmitir para as plantas de milho.
A praga
De acordo com o engenheiro agrônomo Claudinei Antonio Minchio, do IDR-Paraná de São Jorge do Ivaí, a cigarrinha ataca os plantios de milho em sua fase inicial de desenvolvimento, até o surgimento da terceira folha definitiva, e também com a proximidade do período de pendoamento, o florescimento do milho. "Na fase inicial o inseto põe os ovos nas folhas mais tenras que ficam amareladas. Parece até que falta Nitrogênio ou que há alguma deficiência nutricional. Mas não é. O que ocorre é que os ovos do inseto fazem a obstrução dos vasos que transportam a seiva. A planta fica enfezada, fica paralisada e não se desenvolve", disse Minchio. Ele acrescentou que durante o período de pleno florescimento do milho a cigarrinha suga a seiva que deixa de contribuir para o desenvolvimento da planta. Minchio explicou que com o ataque da cigarrinha surge a fumagina, o desenvolvimento de fungos, o que diminui a fotossíntese, a respiração e transpiração da planta. "Com a falta de seiva a planta não tem condições de ficar firme, ela murcha. Com o desenvolvimento de uma ou outra espiga a planta tomba, o que dificulta a colheita", observou o extensionista.
Reportagem: Roberto Junior Monteiro