IDR-Paraná beneficia nove famílias e 48 pessoas com proteção de fontes em Rio Branco do Sul 25/03/2024 - 14:08
Ao todo o Instituto já protegeu 4.696 fontes nas comunidades rurais do estado
O uso inadequado e insustentável dos recursos hídricos, as mudanças climáticas e as desigualdades sociais estão colaborando para que a água potável deixe de chegar a muita gente em todo o mundo. O Dia Mundial da Água, 22 de março, chamou a atenção da sociedade para a importância da água potável e para a necessidade de implementar uma gestão sustentável dos recursos hídricos. Os extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) há anos vêm fazendo um trabalho, quase invisível, protegendo nascentes e levando água de qualidade para a população rural. São 4.696 fontes protegidas em todo o estado.
A comunidade Limeira, em Rio Branco do Sul, é um exemplo típico do alcance e importância desse trabalho. Nove famílias, num total de 48 pessoas vivem na localidade e tem suas residências abastecidas com água de quatro fontes. Os moradores construíram uma barragem, formando uma pequena represa e instalaram canos para levar a água até as casas. O problema é que, sem qualquer proteção, a represa recebia as enxurradas quando chovia. Além disso, todo tipo de sujeira ia parar na água e o local e os animais tinham livre acesso à água. O crescente número de zoonoses na comunidade, transmitidas pela água contaminada, fez com que o médico do município solicitasse à Secretaria Municipal de Meio Ambiente alguma providência.
A partir da constatação do problema, a proteção das nascentes foi solicitada aos extensionistas do IDR-Paraná. Orlando de Assis, biólogo e extensionista do Instituto explicou que o represamento da água das nascentes foi desfeito. Além disso, as fontes passaram por uma limpeza e foram protegidas com a técnica do solo-cimento. Nessa prática, são usadas pedras, cimento e terra do local, para isolar a nascente. A comunidade se comprometeu a adquirir um reservatório e os canos para levar a água até as residências.
De acordo com Assis, a falta de conhecimento a respeito da forma correta de proteger as fontes ainda é a maior barreira para que a população tenha acesso a água potável. Ele acrescentou que o represamento, por exemplo, não resolve o problema. “Muitas vezes represar a água prejudica as nascentes. Quando os moradores de uma comunidade veem que o trabalho é mais simples do que imaginam, ficam animados e fazem a proteção corretamente”, ressaltou. Além das nascentes da comunidade de Limeira, outras cinco fontes do município já foram protegidas. Em toda a Região Metropolitana de Curitiba, O IDR-Paraná já registrou a proteção de 73 nascentes na área rural. Quatro Barras é o município com o maior número, 32 fontes preservadas com a técnica do solo cimento. A região de Pato Branco é a que tem o maior número de nascentes protegidas no estado (1.165), seguida de Cascavel (541), Toledo (428) e Campo Mourão (335). Segundo os extensionistas, além de proteger a nascente da contaminação, a prática também colabora para manter a vazão da fonte. Muitas vezes esse trabalho é feito em sistema de mutirão. Assim, os participantes aprendem a técnica da proteção com solo cimento e passam a ser multiplicadores da prática em suas comunidades.