Unir forças para aumentar a produção agroecológica no Estado foi o tema da reunião entre o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) e representantes da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e do Comitê Gestor do Programa Paraná Mais orgânico, nesta quarta-feira, 15 de fevereiro.

A equipe foi recebida pelo diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, que fez questão de ressaltar a necessidade de criar estratégias estaduais que colaborem com a meta do Governo Estadual, que é oferecer 100% da merenda escolar com produtos orgânicos até 2030. “É necessário pensar em projetos que estimulem a produção agroecológica, que se antecipem à problemas com adversidades climáticas, como a estiagem enfrentada pelo Rio Grande do Sul. Projetos bem elaborados qualificam entregas e garantem recursos. Além de oferecer alimentos de qualidade aos alunos e consumidores”, afirma Souza.

As estratégias discutidas na reunião vão desde parcerias com universidades e colégios agrícolas, até a inserção de um sistema tecnológico que facilite o trabalho do extensionista rural e possibilite a transferência de tecnologia com mais agilidade e confiabilidade.

Outra questão levantada foi a necessidade de criar protocolos que evitem a deriva, problema ocasionado por uso irregular de agrotóxicos por agricultores convencionais, que prejudicam a produção orgânica. O grupo defende a descentralização das ações através de núcleos regionais para apoio ao agricultor e incentivo ao consumidor.

Capacitação - De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o estado é líder em produção orgânica. Com 3.834 produtores certificados o Paraná fica em primeiro lugar no Brasil, em seguida está o Rio Grande do Sul, com 3.533 produtores com certificação.

Uma das razões para o estado manter a liderança é o que o IDR-Paraná atua fortemente na capacitação para produtores interessados em migrar da produção convencional para a orgânica. Por meio da metodologia conhecida como “treino-visita” o Instituto organiza grupos de produtores que, durante cinco meses, participam de encontros com técnicos para discutir aspectos da produção orgânica.  Além das reuniões, que são quinzenais, os extensionistas também realizam visitas, semanalmente, nas propriedades dos participantes.

Em janeiro foi encerrado o trabalho de um grupo de produtores de tomate na região de Cornélio Procópio. Ernestina Muraoka, engenheira agrônoma do IDR-Paraná, que monitorou os encontros com os produtores conta a metodologia chegou na região de Cornélio Procópio em 2010. Desde então o número de produtores orgânicos passou de 70 para 183, com certificação, nos últimos anos. Somente no ano passado foram capacitados mais de 30 agricultores. O acompanhamento das propriedades não parou nem mesmo durante a pandemia. Os extensionistas esperam certificar 7.700 produtores no Estado, até 2025. O treino-visita funciona como uma iniciação dos agricultores na produção orgânica.

Reportagem: Assessoria de Comunicação