IDR-Paraná encerra ciclo de seminários sobre MIP/MID 01/09/2023 - 10:32
Terminou nesta quarta-feira (30) o ciclo de seminários sobre a produção de Grãos Sustentáveis, Manejo de Pragas (MIP), Manejo Integrado de Doenças (MID), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e manejo de solos, promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep-Senar-PR), Embrapa Soja e IDR-Paraná. O objetivo desses encontros foi divulgar práticas agrícolas que fomentem uma agricultura mais sustentável entre os produtores.
Durante os sete seminários realizados foram divulgados os resultados obtidos nas últimas dez safras pelo MIP e MID. A redução do uso de inseticidas e fungicidas, a queda dos custos de produção e uma agricultura biológica são algumas das vantagens dessas práticas que sedimentam o caminho para a sustentabilidade das propriedades rurais.
Edivan José Possamai, coordenador estadual do Programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, informou que os seminários reuniram, em média, cem pessoas em cada município. “Os encontros foram importantes para fortalecer as parcerias do Instituto com o Senar e Embrapa. Também foi o momento para divulgar os resultados e o potencial das práticas preconizadas pelo MIP, MID e FBN, rumo a uma produção mais sustentável”, afirmou.
Segundo o extensionista, os temas debatidos nos seminários vêm ao encontro da discussão que se dá atualmente em torno de uma agricultura mais biológica e que seja baseada na sustentabilidade dos sistemas produtivos. Possamai chamou a atenção para a participação dos produtores nos seminários. “Os agricultores deram depoimentos e apresentaram sua visão, além de mostrarem o impacto do MIP e MID. Isso deu um significado especial à participação deles”, observou. Para o extensionista, não há melhor argumento para convencer os produtores a adotarem uma nova prática que a experiência de outro agricultor, o que aumenta a importância dos depoimentos ouvidos durante os seminários.
Possamai é otimista quanto à disseminação de práticas agrícolas sustentáveis. “Nossa expectativa é que mais gente adote o MIP e o MID. Que mais agricultores façam os cursos oferecidos pelo Senar-PR. Além disso, outras instituições, além do IDR-Paraná, devem assumir a divulgação dessas práticas”, ressaltou o extensionista. Possamai destaca o papel dos produtores nesse processo. “O agricultor deve entender essa proposta e passar a ser protagonista da adoção dessas novas práticas. Acredito que com a popularização do uso de ferramentas digitais na agricultura, a implementação de práticas mais sustentáveis deve avançar nos próximos anos”, concluiu.
Parcerias – Adeney de Freitas Bueno, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa-Soja, vê a participação nos seminários como fundamental para celebrar os dez anos da retomada de práticas de produção sustentável. Segundo ele, a iniciativa também fortalece a parceria entre as três instituições (Senar-PR, IDR-Paraná e Embrapa-Soja) para que conhecimentos gerados pela pesquisa sejam transferidos para o produtor. “O MIP, o MID e boas práticas de produção de grãos sempre estiveram no DNA dessas instituições. Poder conversar com o produtor, discutindo, prospectando novas demandas, levando mais conhecimento para ele faz parte da nossa missão e é o que mais nos traz retribuição do trabalho realizado”, afirmou Bueno.
André Mateus Prando, pesquisador da Embrapa-Soja, participou dos seminários abordando a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), prática que pode aumentar a produtividade das lavouras. Segundo ele, nas safras de 2017 a 2022 o uso de inoculante e coinoculante resultou num aumento de 8,2% da produtividade nas URTs (Unidades de Referência Tecnológica) acompanhadas por extensionistas e pesquisadores. “Isso proporcionou um ganho líquido de R$ 584 por hectare, levando em conta os preços da soja de agosto”, informou. Para ele, a partir do momento em que o produtor conhece esses dados aumenta a aceitação de novas tecnologias. Prando acrescentou ainda que a parceria da Pesquisa e Extensão Rural tem sido exemplo para outros estados e países.
Debora Grimm, superintendente do Senar-PR, disse que neste ano os seminários possibilitaram uma discussão abrangente a respeito da produção sustentável de grãos. Para ela, os encontros por região otimizaram o tempo dos produtores. “Eles puderam discutir assuntos diversos como o MIP, MID, FBN, manejo de solo, rotação de cultura, cobertura do solo e Sistema de Plantio Direto. Para apresentar os resultados de novas práticas agrícolas, os profissionais provocam o produtor a adotá-las”, lembrou. Debora acredita, no entanto, que esse trabalho deve ser permanente para que possa refletir em mudanças concretas na maneira como o agricultor lida com a propriedade. “O agricultor precisa investir na lavoura e tem que entender que plantar é mais que colocar soja e adubo na terra”, destacou.