IDR-Paraná entrega nova cultivar de feijão ao setor produtivo 26/03/2025 - 12:33
Bom desempenho agronômico e atributos valorizados pelo mercado são diferenciais da cultivar de feijão preto IPR Tapicuru
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) lançou oficialmente na manhã desta quarta-feira (26) a cultivar de feijão IPR Tapicuru, em solenidade realizada no Polo de Pesquisa e Inovação de Ponta Grossa.
Durante a solenidade, o vice-governador Darci Piana destacou a importância da pesquisa agropecuária para o desenvolvimento econômico. “Imagine quantas pessoas serão beneficiadas, quanta economia gerada, especialmente para quem lida diretamente com o preparo dos alimentos”, afirmou.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, reforçou a relevância do investimento público em ciência. “Se o estado quer inovar, precisa investir em pesquisa”, declarou.
Para o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, a nova cultivar reafirma o compromisso da pesquisa pública com o fortalecimento da agricultura. “É um resultado expressivo, especialmente em uma cultura essencial para os pequenos produtores e para a economia do Paraná”, avaliou.
CARACTERÍSTICAS — IPR Tapicuru possui alto potencial produtivo — superior a 4,5 toneladas por hectare — e oferece estabilidade em diferentes condições de cultivo, conforme explica a pesquisadora Vania Moda Cirino, diretora de pesquisas do IDR-Paraná e especialista em melhoramento genético vegetal.
Com ciclo intermediário, a cultivar chega à colheita cerca de 87 dias após a emergência. Apresenta resistência às principais doenças da cultura do feijão, como ferrugem, oídio e mosaico comum, e ainda tolerância ao ácaro branco, praga que pode comprometer a produção.
Entre os atributos que favorecem a adoção pelo produtor estão o porte ereto e a altura da primeira vagem (25 cm), que facilitam a colheita mecanizada. A IPR Tapicuru também demonstrou bom desempenho em cultivos orgânicos, ampliando sua versatilidade.
Do ponto de vista do consumidor, os grãos cozinham em apenas 21 minutos e resultam em caldo espesso, de cor achocolatada, com sabor marcante, textura macia e sem perda de casca. A cultivar também se destaca pelo alto valor nutricional, com teor elevado de proteína, ferro e fibras.
A expectativa é de que as sementes da IPR Tapicuru estejam disponíveis para os agricultores já a partir de 2026.
PESQUISA CONSOLIDADA — Com a nova variedade, o IDR-Paraná conta atualmente com 11 cultivares de feijão ativas disponíveis ao mercado, adotadas por agricultores de todas as regiões produtoras do país.
O Paraná é o maior produtor nacional do grão, alimento central na dieta brasileira. A estimativa para 2025 é de 520,8 mil hectares cultivados nas duas safras, com produção prevista de 983,5 mil toneladas.
A pesquisa com feijão teve início na década de 1970, no antigo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), hoje integrado ao IDR-Paraná. Desde então, já foram lançadas 42 cultivares, com foco em produtividade, resistência a pragas e doenças, adaptação ao clima e qualidade nutricional.
PRESENÇAS — Participaram do lançamento os secretários Norberto Ortigara (Fazenda), Sandro Alex (Infraestrutura e Logística) e Aldo Bona (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior); a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt; o deputado estadual Marcelo Rangel; o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Miguel Sanches Neto, além de pesquisadores, produtores, técnicos e lideranças do agronegócio.