IDR-Paraná fecha o ano vencendo desafios e apontando caminhos para o produtor paranaense 21/12/2021 - 16:07

Há dois anos a Pesquisa e a Extensão Rural paranaenses se fundiram numa só instituição, criando o IDR-Paraná. Profissionais do Iapar e Emater passaram a trabalhar juntos com o objetivo de formar uma organização sólida, comprometida com a geração de conhecimento científico, além da transferência de tecnologia para os agricultores e capacitação de profissionais. Hoje o Instituto desenvolve trabalhos em cooperação com 361 prefeituras do estado. Em 2021, mesmo com a pandemia, 89.675 agricultores foram atendidos e 80 cooperativas da agricultura familiar foram assessoradas diretamente. Um esforço que solidificou a presença do IDR-Paraná no meio rural.

Para Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do Instituto, este foi um ano que exigiu mudanças na forma de trabalhar, mas a organização soube se adaptar à nova realidade.  “O IDR-Paraná nasceu para qualificar entregas na agricultura, com a proposta de melhorar a articulação interna (entre pesquisa e extensão) e externa (com os agentes que formam o negócio rural do estado). Nesse período de vida do Instituto passamos a maior parte em regime de pandemia, que trouxe uma nova dinâmica, exigiu o respeito a protocolos. Servidores ficaram em trabalho remoto. Mesmo assim temos a avaliação de que o Instituto evoluiu, melhorou o clima interno. Discutimos articulações e eventos em conjunto. O principal produto desse esforço foi a formação dos sete conselhos consultivos mesorregionais. É um ambiente de conversa, de discussão com as entidades que trabalham no meio rural em torno de ações, projetos e prioridades em cada canto do estado. Foi um projeto exitoso e que culminou com a formação do Conselho Consultivo Estadual”, destacou Avance.

Corpo técnico
Atualmente o IDR-Paraná conta com mais de 600 extensionistas atuando diretamente na assistência aos agricultores e produtores do estado. Em 2021 foram realizados 90 mil atendimentos nos escritórios e 74 mil visitas a propriedades.  “Mesmo em período de pandemia o IDR-Paraná conseguiu manter a sua ação de orientação aos agricultores. Num primeiro momento de forma remota, depois recebendo os agricultores nos escritórios e, mais tarde, voltando a visitar as propriedades”, ressaltou o diretor-presidente do Instituto. Avance acrescentou que neste período o governo lançou os programas Coopera Paraná, Energias Renováveis (RenovaPR) e Banco do Agricultor Paranaense, e o IDR-Paraná fez com que essas políticas chegassem ao agricultor paranaense. “Os extensionistas foram responsáveis pela execução de 11.669 projetos de crédito rural no estado, o que significou a injeção de R$680 milhões no custeio e investimento de diversas atividades. O RenovaPR atingiu todas as expectativas, sendo o IDR-Paraná a porta de entrada dos agricultores neste programa”, afirmou Avance.

Este também foi um ano de investimento em capacitação. O IDR-Paraná realizou o XXIX Seminário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e XI Seminário do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Tecnológica (PIBITI), que resultaram na apresentação de trabalhos de 84 bolsistas e 41 pesquisadores supervisores em diferentes áreas do conhecimento científico. O curso de Pós-Graduação e Mestrado em Agricultura Conservacionista resultou em 14 defesas públicas de dissertações.

Outra frente de trabalho foi a pesquisa que neste ano continuou em atividade. O presidente do IDR-Paraná disse que o compromisso da instituição é manter um trabalho de excelência. Ele informou que mais de 120 projetos de pesquisa foram implementados e continuam em desenvolvimento, envolvendo a realização de eventos, dias de campo, reuniões técnicas, produção de artigos científicos. Foram comercializados 161.941 quilos de sementes básicas produzidas pelos pesquisadores do IDR-Paraná. Neste ano foram registradas no Registro Nacional de Cultivares oito novas cultivares (três de café, uma de milho, uma de aveia granífera, uma de cártamo, uma de canola e uma de mandioca de mesa).

Futuro
Passadas as primeiras turbulências da pandemia, a diretoria do IDR-Paraná coloca os olhos no futuro. “Há de se registrar que o grande projeto, perseguido pela instituição, é a contratação de novos pesquisadores, agentes extensionistas e de recomposição da estrutura de apoio administrativo. Isso só seria possível se houvesse abertura de um ambiente fiscal e orçamentário”, informou Avance. Ele acrescentou que essa medida exigia a execução de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), envolvendo servidores celetistas da instituição. “Neste momento estamos nos preparando para homologar a adesão de mais de 240 servidores ao PDV, abrindo condições concretas de realização de concurso público que será possível no início do ano que vem. Este é um sonho antigo de recomposição do quadro de pesquisadores e extensionistas do novo Instituto”, comemorou Avance. 

O ano de 2021 também se caracterizou por adversidades climáticas que afetaram diretamente a produção agropecuária do estado e o Instituto novamente mostrou a agilidade da sua estrutura. “Tivemos alguns problemas na cultura do milho com a ocorrência do enfezamento, em função de clima. Num primeiro momento houve escassez de chuvas, depois vieram geadas. Isso exigiu um esforço adicional.

Mas a estrutura reagiu. Criou ações dentro do projeto Cereais de Inverno que permite aos agricultores usarem uma área superior a 2,5 milhões de hectares no período de inverno”, observou Avance. Segundo ele, a iniciativa prepara o estado, e o agricultor paranaense, para não ser tão dependente do milho para os projetos de produção animal. Este é o papel do novo IDR-Paraná, ser uma instituição do seu tempo, apresentar soluções e caminhos que promovam uma agropecuária mais sustentável no Paraná.

Reportagem: Roberto Monteiro