IDR-Paraná inicia alerta ferrugem da soja 14/10/2020 - 14:34
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná) inicia oficialmente nesta quinta-feira (15) o Alerta Ferrugem, serviço que monitora e informa sobre a ocorrência da ferrugem asiática em lavouras de soja nas regiões produtoras do Paraná.
A partir desta safra o serviço estará disponível também no aplicativo IAPAR Clima, ferramenta que traz em tempo real as condições agrometeorológicas em todo o Paraná e vem a cada dia ganhando a preferência de técnicos e produtores. A ferramenta está disponível na AppStore (apps.apple.com/us/app/iapar-clima/id1486152398?l=pt&ls=1) e no e GooglePlay (play.google.com/store/apps/details?id=iapar.br.iaparclima).
FERRUGEM – A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Capaz de provocar perdas que podem alcançar 90% da produtividade, a ferrugem asiática é considerada a mais importante doença em lavouras de soja, explica o engenheiro-agrônomo Edivan José Possamai, coordenador do serviço de alerta contra a doença no IDR-Paraná.
O serviço Alerta Ferrugem faz a instalação de coletores em propriedades rurais estrategicamente selecionadas em toda a região produtora no Estado. A previsão é que sejam instalados 250 dispositivos na safra que se inicia.
Equipamento simples, o coletor nada mais é que um suporte metálico enterrado no chão, sobre o qual é instalada uma peça de PVC que gira livremente de acordo com a direção do vento. Dentro do tubo é depositada uma lâmina de microscópio envolta em fita adesiva, que serve para reter os esporos do fungo que passam por ali.
As lâminas são coletadas periodicamente e encaminhadas para análise em laboratório. Se confirmada a presença de esporos do fungo, essa informação é amplamente divulgada no site do serviço (link: http://www.geoemater.pr.gov.br/geoemater/ferrugem), programa de rádio e redes sociais do IDR-Paraná, imprensa e até grupos de whatsapp que reúnem produtores e técnicos nas diversas regiões produtoras.
A inclusão do IAPAR Clima na estratégia de divulgação do Alerta Ferrugem chega para ampliar o alcance e facilitar a consulta a essas informações, agora disponíveis no aparelho celular dos agricultores e técnicos. “É mais uma ferramenta para agricultores e técnicos acompanharem o monitoramento”, afirma Possamai.
O serviço fornece embasamento para decidir sobre o melhor momento para o inicio da aplicação de fungicidas, operação que deve ser feita principalmente quando há a conjugação de três fatores – lavouras no período reprodutivo, presença de esporos e ambiente favorável para o desenvolvimento da doença. A recomendação é que essa decisão seja sempre discutida com um técnico.
O objetivo é evitar as chamadas “pulverizações calendarizadas”, que obedecem a um cronograma previamente definido e são realizadas mesmo sem saber se há patógeno na lavoura, com aumento do custo de produção.
“Produtores que usam as informações do Alerta Ferrugem têm reduzido em mais de 30% a aplicação de fungicidas nas lavouras, uma economia de 1,8 saca por hectare no custo de produção”, relata Possamai.
De acordo com Possamai, a recente estiagem atrasou o plantio de soja e ainda não houve identificação de esporos no Paraná.
IAPAR CLIMA – O aplicativo IAPAR Clima faz a compilação de dados registrados por 80 estações meteorológicas, 42 do IDR-Paraná e outras 38 do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
O monitoramento de esporos da ferrugem asiática soma-se a outras seis funcionalidades já disponíveis na ferramenta – previsão do tempo, chuva acumulada, situação da água no solo, temperatura, mapas climáticos e alertas de geada para plantios de café.
“Nesta primeira fase, vai para o aplicativo o mapa com a distribuição das unidades coletoras de esporos”, explica o engenheiro agrícola e pesquisador Pablo Ricardo Nitsche. “Mais à frente, também instalaremos nesses locais uma estação meteorológica portátil para estudar possíveis correlações entre dados de clima e ocorrência da ferrugem asiática”, ele complementa.
PARCERIA – O Alerta Ferrugem é fruto de parceria entre o IDR-Paraná, Embrapa Soja e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), além de diversos colégios agrícolas e sindicatos.