A soja vai ocupar 5,7 milhões de hectares na safra 2022/2023 no Paraná. É um dos principais produtos da agropecuária paranaense. Mas a cada ano as lavouras são ameaçadas pela ferrugem asiática, doença que pode causar perdas superiores a 80% da produtividade se não forem adotadas medidas de manejo adequadas. Para fazer frente a essa realidade, o IDR-Paraná está retomando o Alerta Ferrugem, o monitoramento da ferrugem-asiática da soja, feito a cada ano. O serviço permite o manejo da doença e a redução do uso de fungicidas, promovendo práticas sustentáveis de produção da soja.

O Alerta Ferrugem é coordenado pelo IDR-Paraná em parceria com agricultores, sindicatos, escolas e universidades. Por meio desta ação é possível monitorar a presença de esporos da ferrugem asiática da soja, com o uso de coletores de esporos instalados em lavouras no estado. O monitoramento permite identificar o momento exato da chegada da doença nas lavouras e, assim, indicar o melhor momento para que os sojicultores façam o manejo. Com isto, evita-se que o controle da ferrugem seja feito tardiamente, o que causaria perdas de produtividade. O monitoramento também elimina a aplicação precoce de fungicidas, quando a doença não está ocorrendo nas lavouras.

De acordo com Edivan José Possamai, coordenador estadual do Projetos Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, ao longo de várias safras o monitoramento demonstrou que é possível reduzir em 40% o número de aplicações de fungicidas nas lavouras que utilizam informações do Alerta Ferrugem, em comparação as lavouras que não o utilizam. “Esta racionalização no uso de fungicidas contribui com a manutenção das produtividades das lavouras e aumento da rentabilidade econômica, devido à redução no número de aplicações”, destacou. O engenheiro agrônomo acrescentou que o monitoramento também colabora com o manejo da resistência da ferrugem-asiática aos princípios ativos, bem como com o meio ambiente, já que o volume de agroquímicos lançados na natureza é reduzido.  

O Alerta Ferrugem faz parte do Programa Grãos Sustentáveis, do IDR-Paraná, que tem por objetivo melhorar a qualidade do manejo do solo por meio da qualificação do sistema plantio direto; melhorar a gestão financeira das propriedades, combater a deriva de agrotóxicos e seus impactos econômicos e ambientais, além de reduzir as perdas na colheita. O Projeto ainda prevê ações para divulgar entre os produtores o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo Integrado do Doenças (MID), práticas que colaboram para o uso racional dos insumos.

Para a safra 2022/2023, o IDR-Paraná e parceiros pretendem instalar uma rede com mais de 200 coletores em todo o estado. O monitoramento será iniciado a partir do dia 15 de outubro. As informações serão divulgadas no site https://cutt.ly/AlertaFerrugem e também em boletins semanais.

Reportagem: Roberto Monteiro