IDR-Paraná mostra novas tecnologias na III Feira Internacional da Mandioca, em Paranavaí 22/11/2023 - 16:10
O plantio direto e a colheita mecanizada de mandioca foram alguns temas apresentados pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater), num dia de campo, realizado durante a III Feira Internacional da Mandioca (FIMAN), de 21 a 23, em Paranavaí. Quem visitou a feira teve a oportunidade de trocar experiências com outros produtores e conhecer novas tecnologias. A FIMAN também ofereceu palestras, visitas técnicas e rodadas de negócios. Além do Paraná, a feira recebeu caravanas da Paraíba, Maranhão, São Paulo, Alagoas, Amapá, Bahia e Santa Catarina. O evento também contou com a participação de representantes de Gana, Lituânia, Camarões, Angola, Zâmbia, Costa do Marfim, Argentina, Paraguai, Turquia e Colômbia. A FIMAN é uma realização da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí, em parceria com a Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Sindicato Rural Patronal de Paranavaí, Centro Tecnológico de Mandioca, Prefeitura de Paranavaí, Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca e Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná.
O dia de campo organizado pelos extensionistas do IDR-Paraná, na quarta-feira, pela manhã, reuniu 150 visitantes que conheceram uma área cultivada pelo produtor Cleto Lanziani. O principal tema foi o plantio direto de mandioca, prática que vem se estabelecendo na região de Paranavaí, tradicional produtora de mandioca. Segundo levantamento dos extensionistas, pelo menos trinta produtores já adotaram práticas do plantio direto no cultivo de mandioca. A razão é a escassez de áreas com boa fertilidade para a implantação da cultura. Grande parte dos cultivos são implantados em áreas de pastagens que estão sendo reformadas. Desta forma, a prática do plantio direto pode melhorar a fertilidade do solo, beneficiando tanto a produtividade da mandioca quanto as pastagens. Durante o dia de campo, os participantes puderam ver algumas práticas do plantio direto, inclusive a máquina que faz esse trabalho. Além disso, eles também conheceram variedades de mandioca desenvolvidas pelo IDR-Paraná e pela Embrapa. A mecanização da colheita também chamou a atenção dos participantes da FIMAN e se apresenta como uma alternativa para a falta de mão de obra.
Ainda na quarta-feira, o IDR-Paraná promoveu uma palestra para debater o uso de resíduos de mandioca na produção de energia e combustíveis avançados. Rafael Gonzalez, presidente da Cibiogas (Centro Internacional de Energias Renováveis), e Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do programa RenovaPR, apresentaram aos participantes a alternativa de usar os resíduos da indústria da mandioca para a geração de energia e renda. Para José Jaime, gerente regional de Paranavaí do IDR-Paraná, o convite para participar da feira vem como resultado do trabalho feito pelos extensionistas junto aos produtores de mandioca, na busca por lavouras mais produtivas.
O Paraná é o principal produtor de mandioca com finalidade industrial no Brasil, mas também tem na mandioca de mesa, destinada ao consumo humano, um importante produto da olericultura. Juntas geraram cerca de R$ 3,1 bilhões de Valor Bruto de Produção (VBP), de acordo com os dados preliminares de 2022, documento preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). A mandioca industrial, destinada à produção de fécula e farinha, ocupou 126,4 mil hectares de terras paranaenses em 2022, de onde saíram 2,9 milhões de toneladas do produto, que geraram R$ 2,49 bilhões.