IDR-Paraná organiza eventos técnicos de fruticultura e repassa conhecimentos para produtores e técnicos 10/12/2021 - 11:36
A produção de frutas foi o tema da Jornada Tecnológica de Fruticultura em Santa Helena e de Agroecologia em Pato Branco.
A Estação de Pesquisa do IDR-Paraná em Pato Branco (Sudoeste do Estado) sediou na última semana a II Jornada Tecnológica da Agroecologia. O encontro teve como tema central a produção orgânica de maçãs, e reuniu mais de 100 participantes, público formado por técnicos, comunidade científica e fruticultores que vendem sua produção em feiras e para a merenda escolar.
Na programação, os preparativos necessários para a implantação de pomares no sistema orgânico; uso de bioinsumos no controle fitossanitário; manejo de poda, doenças e insetos e, ainda, a apresentação e discussão das características de cultivares com baixa necessidade de frio.
O evento foi realizado em um setor da unidade de pesquisas dedicado exclusivamente ao estudo de sistemas agroecológicos, que teve a implantação iniciada em 2018. Na área, são desenvolvidos experimentos com citros, macieiras, maracujá, pêssego, ameixa, videiras, frutas vermelhas (amora, framboesa e mirtilo), pitaya e plantas medicinais, além de uma agrofloresta.
“O objetivo desta avaliação do manejo orgânico para o cultivo de macieira é obter informações técnicas nas condições de solo e clima do Paraná e levar esse novo conhecimento de alta relevância para os técnicos e produtores, e para a comunidade científica” explica o pesquisador Clandio Medeiros da Silva.
pesquisador aponta que os primeiros resultados são bastante promissores, embora ressalte que o estudo se encontra ainda em fase preliminar.
São avaliadas no experimento as cultivares Eva Rubi e IPR Julieta, que não demandam temperaturas muito baixas para o florescimento e são produtivas, dão frutos de excelente aspecto visual, firmes, suculentos, adocicados e com agradável teor de acidez.
Silva destaca ainda a precocidade dessas cultivares. Seus frutos chegam à colheita entre dezembro e janeiro, período de entressafra de outros materiais disponíveis no mercado, o que pode assegurar um preço diferenciado aos produtores, vantagem que se acentua se o produto for orgânico.
A II Jornada Tecnológica da Agroecologia de Pato Branco foi realizada em parceria com a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Umiptt), organização que reúne centros de pesquisa, ensino e extensão; entidades da sociedade civil; organizações de agricultores familiares e movimentos sociais da região.
Santa Helena
A produção de frutas também movimentou a Estação de Pesquisa de Santa Helena (Oeste do Estado), unidade que organizou na última semana a 9ª Jornada Tecnológica de Fruticultura, realizada pelo IDR-Paraná com o objetivo de mostrar opções de cultivo e estimular o ingresso de novos produtores na atividade. O evento reuniu mais de 220 participantes.
A fruticultura vem ganhando adeptos em todo o estado. Um de seus maiores atrativos é a rentabilidade. Segundo cálculos dos extensionistas, um hectare de abacaxi, por exemplo, pode render 3,7 vezes mais do que um hectare de soja ou milho.
Carlos Harold, do IDR-Paraná de Santa Helena, informou que durante a jornada os produtores puderam conhecer muitas novidades que podem tornar viável o cultivo de frutíferas. O extensionista explicou que um fator que afasta os agricultores da atividade é o gasto com mão de obra.
"Nós mostramos que tem jeito de produzir, gastando menos. No abacaxi o plantio pode ser feito por maquinário. Uma Associação pode adquirir o equipamento e beneficiar vários agricultores. Outro grande custo é a capina, mas a fruta também pode ser plantada numa área coberta por plástico. Tudo isso diminui os custos com mão de obra", explicou Harold.
Dionathan Willian Lujan, do IDR-Paraná, disse que a região Oeste tem condições propícias para o cultivo de frutíferas como a altitude baixa, 250 m em média, e a localização na beira do lago de Itaipu. Ele ressaltou ainda que além dos mercados oficiais, como o programa da merenda escolar, a produção de frutas pode abastecer as inúmeras agroindústrias de polpas e geleias da região.
Um tema tratado durante a jornada foi a deriva de agrotóxicos, quando o veneno de lavouras atinge videiras comprometendo o desenvolvimento das plantas. Carlos Harold informou que o problema pode ser mitigado com práticas de manejo. "Normalmente a poda da videira é feita em agosto com a função de estimular a brotação.
Quando as plantas começam a soltar os primeiros brotos, os produtores de soja e milho fazem a aplicação de dessecantes, pegando a videira numa fase em que a planta é mais sensível ao veneno. Mas se a poda for feita em setembro, o produtor consegue escapar do período crítico", afirmou Harold.
Ivan Decker Raupp, gerente regional do IDR-Paraná, ressaltou que a fruticultura é uma oportunidade para pequenas propriedades. Segundo ele, o agricultor que dispõe de áreas menores, mas tem disponibilidade de mão de obra pode se adequar à atividade e torná-la uma boa fonte de renda. "Existe mercado para a produção de frutas. São culturas rentáveis que fortalecem a economia local", destacou Raupp.
A Estação Experimental de Santa Helena também está aberta à visitação dos interessados, basta agendar pelo WhatsApp (45) 99977-1395.