IDR-Paraná participa da Jornada de Agroecologia com oficinas e ações voltadas para o público urbano e rural 12/12/2024 - 08:33

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) marcou presença na 21ª Jornada de Agroecologia, realizada de 2 a 8 deste mês, em Curitiba. A instituição levou conhecimento, práticas sustentáveis e iniciativas para aproximar agricultores e consumidores. Durante o evento, a Estação de Pesquisa em Agroecologia destacou o compromisso com o fortalecimento de práticas sustentáveis, beneficiando tanto o público rural quanto o urbano.

Uma das principais ações foi a tenda com materiais informativos e distribuição de variedades não transgênicas de sementes, ramas de mandioca e cana-de-açúcar, além de mudas de pitaia, adaptadas ao cultivo orgânico. O público também teve acesso a oficinas práticas sobre microrganismos eficientes, bioinsumos, minhocário caseiro e processamento de alimentos orgânicos.

Adilson Freitas Santos, de Bocaiúva do Sul (PR), foi um dos agricultores que passou pela tenda do IDR-Paraná e reforçou a relevância da agroecologia para a agricultura familiar. “A agroecologia é sustentável, uma forma de preservação que contribui para a qualidade de vida”, afirmou. Adilson pôde levar para casa sementes de soja, urucum, feijão e ramas de mandioca.

O agricultor Antônio dos Santos Vaz Filho, de Palmital (PR), participou da oficina de Microrganismos Eficientes (E.M.) para ampliar seu aprendizado no assunto. “Eu já conhecia os E.M., mas não via resultados. Conversando com o instrutor, descobri o que estava fazendo errado. Aprendi a multiplicar e como usar para dar imunidade às plantas.” Antônio reforçou que sempre participa das oficinas da Jornada, pois o conteúdo o auxilia a resolver problemas na propriedade.

Conexão entre campo e cidade
Para o engenheiro agrônomo do IDR-Paraná e gerente do projeto Casa da Agroecologia, Moacir Roberto Darolt, a participação em eventos como a Jornada é essencial para divulgar a agroecologia de forma ampla. “Aqui estamos perto da cidade e temos contato não só com agricultores, mas também com consumidores e estudantes de todo o Paraná. É importante divulgarmos nosso trabalho no meio urbano, já que a maioria das pessoas hoje vive nas cidades”, ressaltou.

A historiadora Juliane Chiuratto participou da oficina de minhocário caseiro e elogiou o formato descontraído e acessível da atividade, que ensinou a montar e manejar o minhocário para a produção de húmus em casa. “É muito legal ver esse conhecimento técnico, fruto de pesquisa, chegar à comunidade. A universidade pública tem essa função e deveria alcançar ainda mais pessoas com eventos como esse”, disse.

O aprendizado também foi compartilhado pela pesquisadora Luísa Lupp, que trouxe a filha para a oficina. “Aprendi que é super fácil fazer, até em larga escala. Essas oficinas práticas são fundamentais para que o conhecimento possa ser aplicado no dia a dia”, comentou.

Além das oficinas, o seminário sobre o projeto Cestas Solidárias apresentou uma proposta para fortalecer a conexão entre agricultores e consumidores urbanos de alimentos orgânicos. “Para os agricultores, é uma alternativa de renda e viabilização das propriedades; para os consumidores, uma forma de acessar alimentos de qualidade. Com representantes de todo o estado, o evento permite compartilhar essa ideia, incentivando a implantação em diferentes regiões e fortalecendo o consumo local por meio dos circuitos curtos, o que é essencial para as comunidades e os territórios”, explicou o coordenador do projeto, Ivo Melão.