IDR-Paraná protege mais de 4,5 mil fontes de água em todo o estado 31/10/2023 - 11:28
As nascentes protegidas foram todas georreferenciadas e estão expostas no site do Instituto.
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) já realizou a proteção de 4.696 nascentes em todo o estado. Todas as propriedades beneficiadas por esse trabalho tiveram suas fontes localizadas por georreferenciamento e a informação passou a constar em um um levantamento que pode ser consultado pelos interessados no site do Instituto. Para acessar ao mapa das fontes georreferenciadas CLIQUE AQUI
A iniciativa faz parte de um compromisso, firmado com a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), para proteger 30 mil nascentes até 2026. A intenção é melhorar a qualidade da água usada pelas famílias rurais paranaenses e garantir o abastecimento nas propriedades.
Até o momento a região de Pato Branco concentra o maior número de fontes protegidas (1.165). Em seguida estão as regiões de Cascavel (541), Toledo (428) e Campo Mourão (335).
O processo - Todas as nascentes passam, primeiramente, por uma limpeza geral para retirar possíveis impurezas. Em seguida, a área da nascente recebe pedras irregulares (pedra ferro, sem fundo amarelo), funcionando como um filtro físico da água. Na sequência, faz-se a colocação de canos de abastecimento das caixas d’água. Por fim, a fonte é lacrada com uma mistura de solo com cimento. Os produtores ainda são orientados a plantar espécies nativas no entorno da fonte, protegendo o solo. Além de garantir água de qualidade, a proteção ainda contribui para evitar que a fonte seque totalmente em períodos de estiagem.
Água de qualidade - Na propriedade de Celeste Zanella Gnoatto, em Itapejara do Oeste, já havia uma fonte protegida há cerca de vinte anos. Mas desde que o produtor instalou uma agroindústria no sítio, a necessidade por água de qualidade aumentou. A solução foi proteger uma outra nascente e, para isso, Celeste contou com a orientação dos extensionistas do IDR-Paraná. Apesar do pouco tempo do trabalho feito, cerca de um mês, Celeste já comemora os resultados. “Compensou bastante fazer a proteção porque a água da nova fonte é muito boa e tem em quantidade”, explicou. Ele informou que a água está sendo usada no consumo da casa e em duas estufas de morango, além da agroindústria. “Futuramente a fonte protegida vai abastecer o sistema de fertirrigação de um plantio de uva que exige água limpa que não entope os equipamentos”, contou Celeste. O produtor acredita que esse trabalho é importante para todo o meio rural. “A água é uma dádiva da natureza. É o recurso mais importante na agricultura. Aqui na região muita gente soterrou as nascentes para dar lugar ao plantio de soja, mas ter água potável e de qualidade é fundamental na propriedade rural”, concluiu o produtor.
Lauro Melzzi, morador da Estrada Tamoio, em Formosa do Oeste, lida com a criação de aves de corte. Ele tem dois aviários nos quais aloja 41 mil aves. Incentivado pelos extensionistas do IDR-Paraná e pela Copacol, Lauro foi um dos primeiros a proteger a nascente no município. Lá se vão 15 anos e hoje ele admite que a situação melhorou bastante. “Antigamente a mina era aberta. Os animais tinham acesso e contaminavam a água. Hoje melhorou bastante, a gente tem uma água mais sadia para beber e para tratar as aves”, afirmou o produtor.
Exemplo ambientalista - A Estância Berno , que fica em Toledo, no distrito de Xaxim recebe turistas para se aventurarem nas trilhas, em meio à natureza, ou para se hospedarem nos quiosques e cabanas. Em setembro, durante as comemorações do dia da árvore, uma das fontes da Estância foi protegida, numa ação dos extensionistas do IDR-Paraná para proteger mil fontes em um dia. “Todo o trabalho merece nota mil. Tudo foi muito bem organizado e executado pelo pessoal do IDR”, disse Heloisa Vessel Berno, proprietária da Estância. Ela acrescentou que a proteção da fonte virou atração na propriedade. “A nascente protegida chama a atenção das pessoas, elas percebem que a preocupação com o meio ambiente é real. Os visitantes veem o cuidado que temos com as nossas nascentes. O trabalho fica como exemplo que pode ser aplicado em outros locais. É como plantar a semente da preservação ambiental”, observou Heloisa Ela acrescentou que outras fontes da propriedade também serão protegidas, já que o pai dela, Valdir Berno, aprendeu a fazer o trabalho com os extensionistas.