A rotina no meio rural está sempre tomada pelo trabalho com a lavoura ou criações. É comum os produtores deixarem em segundo plano benfeitorias nas próprias moradias, alegando a falta de recursos. Para atender a essa necessidade, os extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) têm levado às comunidades informações sobre uma linha de crédito do Pronaf Mais Alimentos que o agricultor pode usar para a reforma ou construção de moradias. Esses recursos têm mudado a vida de muitas famílias.
"Nossa casa era de madeira e já estava com 36 anos. Estava quase caindo. Até fizemos um orçamento para reformar, mas não compensava.

Ficava mais caro reformar do que fazer uma construção nova", conta Izolina Vertuan, de Itambé. Ela e o marido, Sérgio, têm uma propriedade na comunidade Couro do Boi. O casal lida com a produção de biscoitos, milho verde e derivados que entrega nos supermercados e na feira do município. Para dona Izolina, os recursos do Pronaf vieram em boa hora. "Esse programa é um incentivo muito grande para a gente continuar no sítio. Se não fosse o Pronaf não teria como guardar o dinheiro para construir uma casa nova, porque na propriedade sempre acontece um imprevisto", observou.    

A obra da nova residência do casal Vertuan está em andamento. Quando terminada a casa terá 115 metros quadrados. São três quartos, sala, cozinha, despensa, lavanderia, dois banheiros e uma varanda. Dona Izolina conta que eles conseguiram um valor de R$ 50 mil na linha de financiamento, mas para não fazerem uma casa muito pequena resolveram complementar a obra com recursos próprios. O casal vai ter oito anos para pagar o financiamento, com um ano de carência. "Já compramos um veículo financiado e pagamos sem problema. Acredito que não vai apurar para pagar a casa", disse dona Izolina.  Ela acrescentou ainda que o Pronaf é uma boa oportunidade para as famílias rurais. A produtora só acredita que o governo poderia aumentar o prazo para o pagamento da dívida. Apesar desse detalhe, dona Izolina está feliz por ver seu desejo tomando forma e a nova casa virando uma realidade.

Planejamento
Há algum tempo Norival Peixoto, morador da comunidade Noventinha, em Barbosa Ferraz, pensava em contar com a ajuda do filho Maurício na lida com a propriedade. O rapaz trabalhava para terceiros, num sítio vizinho.  Em março deste ano Norival soube que o Pronaf Mais Alimentos tinha recursos para a construção de casas e aproveitou a oportunidade.

Norival e Maurício deram entrada nos documentos necessários para solicitar o financiamento e contaram com a ajuda dos técnicos do IDR-Paraná em todo o processo, inclusive na execução do projeto técnico da construção.  Hoje, Maurício e a esposa moram numa confortável residência de 64 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma varanda. "Para nós esse programa foi ótimo. E só conseguimos o financiamento porque tivemos a ajuda do IDR-Paraná. Foi um bom negócio porque eu não tinha dinheiro para construir a casa. Agora vai ser tranquilo pagar as prestações", ressaltou Maurício.

Segundo Marcos Brito, do IDR-Paraná de Barbosa Ferraz, com o os recursos dessa linha de crédito a família não teve que vender os animais, nem destinar parte da produção para construir a casa. "Esse programa valoriza a população rural porque dá condições dignas de habitação a essas famílias. O produtor consegue se planejar para fazer uma obra. Serve também como estímulo para que as famílias continuem na propriedade", observa Brito.

Crédito
A linha de financiamento do Pronaf Mais Alimentos destinados a melhorar moradias rurais oferece até R$ 50 mil para interessados em construir ou reformar residências. O financiamento tem uma taxa anual de juros de 4,0%, até dez anos para o pagamento, com até três anos de carência. O interessado deve ter a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), alvará junto à Prefeitura, matrícula do imóvel, um orçamento da obra, CAR (Cadastro Ambiental Rural) e uma planta baixa da construção com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).  Interessados podem obter mais informações nos escritórios do IDR-Paraná.
Reportagem: Roberto Junior Monteiro