Mamão é opção de renda para produtores da região Noroeste 18/12/2020 - 16:34
Com grande aceitação no mercado regional, cada mamão pesa quase 2 kg, e com um ciclo produtivo de dois anos,
resultados já apresentam condições de faturamento de 180 mil reais por hectare.
O plantio de mamão está conquistando produtores da região de Umuarama. O potencial da cultura é grande, já que cerca de 90% do mamão consumido na região vem de fora. Há três anos a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) estão orientando a implantação de um projeto de fruticultura na região Noroeste. Os plantios de mamão têm apresentado bons resultados, com produtividade em torno de 70 toneladas/ha, num ciclo de dois anos. A atividade è vista como boa opção para diversificar as propriedades e aumentar a renda das famílias da região.
O projeto do cultivo de mamão começou com duas experimentais implantadas com o objetivo de avaliar cultivares e definir os tratos culturais que melhor se adaptavam à região. Francisco Tominaga, de Douradina, se interessou pelo mamão depois de participar de um Dia de Campo realizado pelo IDR-Paraná para difundir a cultura. O produtor aceitou o desafio de cultivar comercialmente 2,42 ha com o mamão. Tominaga cultiva a variedade Belanova F1, uma planta de porte médio, até três metros de altura, o que facilita a colheita. Os mamoeiros começam a produzir entre oito e dez meses depois do plantio. Os frutos chegam a pesar 1,8 kg e têm boa aceitação no mercado. No ciclo completo, de dois anos, o produtor conseguiu faturar R$ 180.000/ha. Toda a produção foi vendida diretamente na região.
Atualmente vinte produtores de municípios da região de Umuarama estão plantando mamão. A área total ocupada pela fruta é de 18 hectares. Os extensionistas do IDR-Paraná estão otimistas e acreditam que a região pode se tornar um polo da cultura no Paraná.
Expansão
Justamente pensando na expansão dos plantios, a administração municipal de Umuarama lançou o Programa de Desenvolvimento da Cultura do Mamão. A prefeitura oferece aos agricultores o preparo do solo, as mudas e os insumos para o plantio. Os produtores entram com a mão de obra e complementam os insumos necessários durante o ciclo da cultura. Cabe ao IDR-Paraná capacitar e prestar assistência técnica aos interessados. Os profissionais da UEM/Campus de Umuarama fazem os ajustes necessários aos projetos e orientam o manejo da irrigação dos plantios.
"Uma das vantagens para o produtor investir no cultivo do mamão é que se trata de produto conhecido do público consumidor, de fácil colocação no mercado e em programas institucionais, como a merenda escolar", ressalta o técnico agrícola Bruno Paschoal do IDR-Paraná de Ivaté. Ele acompanha os produtores de mamão e lembra que a cultura exige alguns cuidados. As viroses do mamoeiro, por exemplo, precisam ser controladas já que são um problema que pode comprometer a produção e não existe produto específico para o seu controle. "É preciso adotar práticas de manejo para controlar o pulgão, o principal vetor de viroses. Uma delas é isolar a área de cultivo de mamão, com o plantio de culturas que sejam atraentes para o pulgão como a melancia, a abóbora e o feijão", informa o extensionista.
Cooperativa
A produção de mamão dos produtores da região de Umuarama é comercializada nos mercados locais e da região pela Cooperativa dos Produtores Rurais de Umuarama (Cooperu). Por enquanto toda a produção é vendida, via cooperativa, para programas institucionais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Há dois anos a Cooperu participa do Programa Mais Gestão, da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), e tem a assessoria do IDR-Paraná. Nesse tempo a diretoria fez um levantamento das necessidades dos cooperados, além de organizar a documentação da cooperativa. A Cooperu também teve um papel importante junto aos produtores de mamão. "A cooperativa viabiliza, facilita e assegura a comercialização dos produtores nos programas como a merenda escolar", reforça Rafael Meier Mattos, engenheiro agrônomo do IDR-Paraná que assessora a cooperativa. Com o Mais Gestão a Cooperu está melhorando a administração de suas atividades e buscando novos mercados para a produção dos seus associados. Mattos informou que o trabalho continua e o próximo desafio é programar a produção dos cooperados para conseguir melhores preços no mercado.
Reportagem: Roberto Junior Monteiro