Maringá realiza concurso regional de qualidade na colheita de soja 24/02/2023 - 08:28
Desde os anos 90 os técnicos do IDR-Paraná avaliam quanto o produtor paranaense perde durante a colheita de soja. O trabalho é importante sobretudo porque os operadores das colheitadeiras são acompanhados durante a colheita e instruídos sobre como evitar ou diminuir as perdas. A avaliação só foi interrompida durante a pandemia. No entanto, os trabalhos foram retomados nesta safra. Apesar das chuvas, a avaliação das colheitadeiras na região de Maringá já está em andamento. Estima-se que 150 operadores participem do 16º Concurso Regional de Qualidade na Colheita de Soja.
Esta ação do IDR-Paraná tem mostrado que é possível reduzir, consideravelmente, o desperdício e aumentar os lucros do produtor. Para tanto, basta que sejam adotadas práticas como a revisão, regulagem e manutenção das colheitadeiras. Todos esses aspectos devem ser também combinados com o empenho dos operadores para se obter os resultados desejados. Os dados da safra 2019/2020, última avaliação feita pelo concurso, confirmam os benefícios do acompanhamento dos operadores. Na ocasião foram avaliadas 200 colheitadeiras, em vinte municípios da região de Maringá. As máquinas foram avaliadas conforme a metodologia desenvolvida pela EMBRAPA-Soja, seguindo o protocolo técnico do MIC-Soja (Monitoramento Integrado de Colheita da Soja). As equipes que avaliam o trabalho dos operadores são formadas por profissionais do IDR-Paraná e universitários (Unicesumar, UEM, Uningá), além de profissionais das prefeituras municipais, sindicatos, cooperativas e empresas privadas do setor.
Menos desperdício
Segundo a Embrapa, o desperdício médio no Paraná, na safra 2018/2019, chegou a 1,17 sacas/ha. A média de desperdício dos participantes do concurso da safra 2019/2020 ficou em 0,45 sacas/ha . Uma diferença de 0,72 sacas/ha. Multiplicando pelos 50.000 ha cultivados pelos participantes do concurso, houve uma economia de 36.000 sacas de soja, causando um impacto financeiro em torno de R$ 3,6 milhões para região (preço médio da saca de soja: R$ 100).
O Paraná cultiva em torno 5,5 milhões de hectares de soja. De acordo com os extensionistas, se todos os produtores tivessem o mesmo desempenho dos participantes do concurso, seriam colhidos 3,8 milhões sacas de soja a mais. Esse volume significaria um acréscimo de R$ 388,8 milhões para a economia do estado.
No Brasil, onde são cultivados em torno de 62,4 milhões de ha de soja e o desperdício médio é de 2,0 sacas/ha, a economia seria de R$ 9,6 bilhões, relativo a 96,72 milhões de sacas que não ficariam no campo. Os números alcançados pelo concurso reafirmam a vanguarda da região de Maringá no cenário nacional na prevenção e controle de desperdícios na colheita da soja.
História - As primeiras avaliações de colheitadeiras no município de Maringá foram feitas pelo IDR-Paraná na safra 1995/1996. A primeira edição do concurso municipal de redução de perdas da colheita da soja contou com a participação de 22 operadores de colheitadeiras. Nos oito anos seguintes, a avaliação envolveu apenas produtores do município. Na safra 2003/2004, o concurso foi ampliado para outros municípios e passou a ser regional. Na safra 2018/2019 passou a se chamar Concurso de Qualidade na Colheita de Soja, para reforçar a importância das boas práticas agrícolas adotadas pelos agricultores.
Durante a safra 2003/2004 houve a maior participação de produtores com 334 máquinas avaliadas. Levando-se em conta todos os participantes dos concursos, a menor média de perda (0,24 sacas/ha) foi alcançada na safra 2014/2015 e a maior (0,75 sacas/ha) na safra 2003/2004. Entre os vencedores do concurso a menor perda (0,06 sacas/ha) foi verificada nas safras 2004/2005 e 2014/2015 e a maior (0,13 saca/ha) nas safras 2013/2014 e 2019/2020.
O concurso busca qualificar agricultores e operadores para melhorar o desempenho na operação da colheita de soja, contribuindo para uma produção sustentável de grãos e melhorando as condições socioeconômicas das famílias rurais. A premiação, que neste ano ocorrerá em junho ou julho, é uma forma de reconhecer os operadores de máquinas que foram mais eficientes no seu trabalho.