A produção paranaense de queijos foi a segunda mais premiada no VII Prêmio Queijo Brasil, realizado de 11 a 14 deste mês, em Blumenau. Foram 129 medalhas, 32 premiações de ouro, 58 de prata e 39 de bronze. Os queijos premiados foram produzidos por 41 empresas familiares diferentes do estado. O Paraná só ficou atrás de Minas Gerais, que arrebatou 363 medalhas. Neste ano, a competição analisou 1.542 queijos artesanais inscritos, produzidos em 266 cidades, de vinte estados brasileiros, o que aumenta a importância da conquista dos produtores do Paraná.

Karolline Marques da Silva, coordenadora estadual de agroindústria do IDR-Paraná, ressalta que o bom resultado conseguido pelos produtores paranaenses é o reflexo do trabalho que vem sendo feito no estado para incentivar a regularização das agroindústrias e a melhoria da qualidade do queijo produzido no Paraná. Ela informou que entre os premiados, 49 contam com a assistência técnica do IDR-Paraná. Karolline observou que os profissionais do Instituto têm estimulado os produtores de queijo a participarem de concursos, uma forma de melhorar o seu produto final. “Quando o produtor inscreve um queijo numa competição, ele tem seu produto avaliado por diversos profissionais. Os jurados explicam porque o queijo recebeu uma nota, quais os defeitos que apresenta e como eles podem ser corrigidos”, explicou Karolline. Segundo a extensionista, a participação no concurso nacional projeta o queijo do Paraná para todo o país. “Os outros estados passam a ter uma outra visão do queijo paranaense”, destacou.

Karolline chama a atenção para o fato de o prêmio também incluir os queijos informais, produtos que ainda não estão legalizados. “Com isso os queijos não regularizados percebem a importância de buscar ainda mais qualidade. É um incentivo à legalização das agroindústrias”, ressaltou Karolline.
Tradicionalmente os queijos premiados no concurso são aqueles de maior tempo de maturação, mas neste ano a queijaria Zanetti, do município de Maringá, ganhou duas medalhas de ouro com a ricota e o queijo fresco, com menos de sete dias de maturação. “Desta vez a produção vendida na feira, de rápido consumo, recebeu a medalha de ouro. É uma novidade para nós”, afirmou Karolline. O Prêmio Queijo Brasil ainda elegeu a melhor queijaria de cada um dos estados. No Paraná, a vitoriosa foi a Cooperativa Agroindustrial Witmarsum, de Palmeira. Dois extensionistas do IDR-Paraná fizeram parte da comissão que julgou os queijos do prêmio deste ano: Delma Ferreira da Silva (do IDR-Paraná de São José dos Pinhais) e Vinícius Coletti (do IDR-Paraná de Dois Vizinhos).

Regularização

Um dos grandes incentivos para a produção de queijos no Paraná foi a criação, em 2021, da Rota do Queijo, que passou a integrar o circuito de turismo rural criado pelo IDR-Paraná. A iniciativa, na opinião de Terezinha Busanello Freire, coordenadora estadual de Turismo Rural do IDR-Paraná, de certa forma organizou a produção queijeira paranaense, identificando onde estão os melhores queijos do estado e que produtos turísticos esses empreendimentos têm para oferecer ao público.

No concurso deste ano, 16 queijarias paranaenses que participam da rota foram premiadas. Ao todo o circuito conta com 27 empreendimentos que fazem do queijo seu principal produto. Terezinha acredita que a premiação é uma consequência da qualidade do trabalho que vem sendo realizado nos empreendimentos rurais paranaenses. “O prêmio também contribui para projetar as rotas turísticas do estado e marcar os territórios onde podem ser encontrados queijos de qualidade”, afirma. Segundo a extensionista, a participação nos concursos instiga o produtor a melhorar ainda mais a sua produção. Terezinha acrescentou que os participantes da Rota do Queijo passam por uma qualificação constante e colaboram para destacar o Paraná como um destino do público interessado em turismo gastronômico. “O queijo é um dos principais produtos gastronômicos do Paraná e pode dar destaque aos empreendimentos turísticos rurais do estado. A rota do Queijo se transformou em mais uma fonte de renda para o produtor”, explicou Terezinha.

Apoio

Outro fator que tem contribuído para a divulgação e o aumento da renda dos produtores de queijo artesanal no Estado é a adesão de diversos municípios ao Susaf (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte). Com esta adesão, os estabelecimentos interessados em vender produtos agro industrializados, de origem animal, podem comercializar fora dos limites municipais com a anuência do Sistema de Inspeção Municipal. Para isso, as agroindústrias seguem protocolos de autocontrole higiênico-sanitário.

Os pecuaristas de leite, agroindústrias e pequenas cooperativas ainda contam com o apoio do governo do estado, por meio do Banco do Agricultor Paranaense, que ajuda no pagamento de parte dos juros de financiamentos contratados para investir na produção de queijos e outros derivados do leite.

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