Produtores assistidos pelo IDR-Paraná estão entre os melhores do Prêmio Queijos do Paraná 12/06/2023 - 14:50
O resultado da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná demonstrou a diversidade e a qualidade dos queijos paranaenses. Além disso, ficou evidente o papel da assessoria técnica para que os produtores conquistassem as melhores colocações no concurso. Muitos dos queijeiros premiados tiveram o acompanhamento dos extensionistas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) durante as etapas de fabricação dos queijos, destacando quanto a informação técnica pode aprimorar a produção.
Dos 10 produtores que conquistaram a medalha Super Ouro, oito contaram com a assistência do IDR-Paraná. O destaque desta atuação também pode ser observado na categoria Ouro que premiou trinta queijos e, destes, 17 tiveram o acompanhamento de um profissional do Instituto. No total, dos 98 produtores premiados, 54 são assistidos pelo IDR-Paraná.
Durante os nove meses de preparação para o prêmio o IDR-Paraná promoveu uma série de cursos e capacitações para preparar os produtores e agroindústrias interessados em participar. Desde agosto de 2022 os técnicos do Instituto vêm reunindo queijeiros de todo o estado em diversos eventos abordando desde a produção de queijos frescos até técnicas de maturação. Mais de 290 agroindústrias e produtores foram beneficiados em todo o estado, totalizando 148 horas de conteúdo.
De Cantagalo para a França - Solange Liller, de Cantagalo, foi um dos destaques na premiação. Ela conquistou dois prêmios Super Ouro e três Ouros. Proprietária da queijaria Tia Nena, a produtora ficou surpresa com o resultado. “Foi maravilhoso. Confesso que não esperava ser premiada. Nós fazíamos queijo faz tempo, mas só há três anos a queijaria foi legalizada com a orientação de um técnico do IDR-Paraná. Ele procurou a gente e incentivou a participar do concurso. A premiação mostrou o resultado do nosso trabalho”, disse a produtora. Solange ganhou a premiação Super Ouro com dois queijos: o colonial temperado e o colonial ao vinho. Já na categoria Ouro, ela conseguiu destaque com três queijos coloniais: o defumado, o temperado e o queijo colonial ao vinho. “O pessoal do IDR-Paraná deu assistência para nós em todas as etapas. No geral, melhoramos a forma de fazer o queijo, caprichamos mais durante o processo de fabricação. Até mesmo a forma de preparar o produto para a venda foi melhorada. Nós aprendemos muito nesses cursos”, observa Solange.
O reconhecimento do prêmio não significa que a produtora vai se acomodar. Solange disse que vai seguir no seu aperfeiçoamento. “Vamos aproveitar esse momento que ganhamos destaque para fazer mais cursos para que nossos queijos tenham mais qualidade”, acrescentou a queijeira. Neste mês ela também participa de uma capacitação sobre fabricação de queijo promovida pelo IDR-Paraná. Depois da premiação em Curitiba, Solange vai enfrentar um novo desafio que já tem data e local marcados. Além da premiação dos queijos, a produtora ganhou uma viagem para a cidade francesa de Tours, em setembro. Solange vai participar do Prêmio Mundial de Queijos. Ela adiantou que escolheu o queijo colonial ao vinho, um dos mais solicitados pelo mercado, para submeter ao julgamento internacional e está confiante na qualidade do produto.
O papel da assistência técnica é visível também em outras categorias do prêmio Queijos do Paraná. Dos trinta premiados da categoria Prata, 18 foram queijos de produtores assistidos pelo IDR-Paraná. Ao analisar os resultados da categoria Bronze, o papel dos extensionistas também ganha força. Foram 28 premiados, dos quais onze tiveram um extensionista do Instituto dando as dicas para que se chegasse ao melhor resultado.
Formação continuada - Marcelo Beletini, Engenheiro de Alimentos do IDR-Paraná, afirma que a atuação dos extensionistas foi decisiva para que os produtores obtivessem bons resultados na premiação. Segundo ele, os profissionais do Instituto atuaram tanto na capacitação, quanto na organização dos empreendedores em diversas regiões do estado. “Fizemos um trabalho a partir do zero no Sudoeste. Atuamos ao longo de toda a cadeia produtiva do leite e derivados que culminou com a formação da Aprosud (Associação dos Produtores de Queijo do Sudoeste). Depois eu vim para Guarapuava e o trabalho foi repetido na Mesorregião que envolve Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Pitanga”, conta Beletini. Em outubro e novembro do ano passado os produtores fizeram um curso de capacitação promovido pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Aprosud e IDR-Paraná. Além de tratar de todas as etapas da tecnologia da produção de queijos, foi constituída a Aproleq (Associação de Produtores de Queijos e Derivados de Leite do Centro do Paraná).
Nesses cursos a formação dos produtores é abrangente. Tem início com orientações sobre sanidade e nutrição animal, fatores que vão influenciar diretamente a produtividade e a qualidade do leite com o qual serão feitos os queijos. Além disso, Beletini destaca que os queijeiros são orientados sobre a tecnologia de produção de queijo, boas práticas de fabricação, projetos de agroindústrias e organização rural. Ele disse ainda que muitas vezes os extensionistas fazem até o desenho da planta da agroindústria para que o produtor faça tudo conforme a legislação vigente. “É uma capacitação constante dos queijeiros. Trabalhamos com visitas técnicas e os produtores aplicam nas suas propriedades o que eles aprendem no curso”, ressalta o extensionista. No próximo dia 22 os associados da Aproleq vão fazer uma capacitação em maturação de queijos, fabricação de ricota e doce de leite a partir do soro. Atualmente a associação conta com 19 associados que têm a prioridade do atendimento dos extensionistas. Porém, além deles, o IDR também dá assistência a outros produtores que ainda não formalizaram as suas agroindústrias. Os bons resultados no Prêmio Queijos do Paraná comprovam que os extensionistas estão no caminho certo.