Produtores de vinhos coloniais são premiados em evento tradicional no Oeste do Paraná 25/10/2021 - 15:42
Os vencedores da 14º Avaliação de Vinhos Coloniais de Palotina foram divulgados na última sexta-feira, 22 de outubro. Foram premiados os três primeiros lugares das categorias de vinho de mesa branco e tinto. Esta avaliação de vinhos nasceu para valorizar a cultura da cidade na produção de vinhos e para melhorar a qualidade do produto local. É realizado pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) em parceria com a Prefeitura Municipal de Palotina e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Concorreram ao prêmio sete produtores de vinhos brancos e onze de vinhos tintos. As bebidas foram analisadas, em julho deste ano, por um grupo de degustadores que avaliaram três critérios importantes: visual, olfativo e gustativo. O visual avalia a coloração do vinho; o olfativo analisa a intensidade do vinho através do aroma e o gustativo diz o quanto o vinho é macio e saboroso.
Para Anderson Gris, técnico em agropecuária do IDR-Paraná que acompanhou todo o processo da avaliação até o evento de premiação, esta é uma grande oportunidade para aumentar ainda mais a qualidade dos vinhos que são produzidos na cidade. “A produção de vinhos é uma tradição aqui em Palotina e fazer esta avaliação, que também já virou uma tradição, faz com que os produtores possam conhecer melhor seu produto e saibam como melhorar seus vinhos ainda mais”, afirma Anderson.
Pensando em aumentar a qualidade dos vinhos locais o IDR-Paraná ofereceu cursos de capacitação para que os produtores se especializassem. Mais tarde a UFPR começou a fazer a análise química destes vinhos e foi possível verificar o salto de qualidade. De acordo com o Anderson os vinhos, hoje, estão quimicamente parecidos, o que mostra que o trabalho feito lá no início foi de qualidade. “Não existe uma grande diferença química do primeiro colocado para os demais. Isso mostra que houve cuidado em usar uma uva de qualidade, moer na hora certa, usar temperatura adequada para a fermentação, detalhes do início da produção que fazem grande diferença no sabor do vinho”, afirma Anderson.
Para o Lauri Sgarbi, produtor de vinho que ficou com o primeiro lugar na categoria vinho branco e já participa desta avaliação desde 2014, o evento é uma chance de mostrar o seu produto e de divulgar a sua marca. Seu Lauri iniciou a produção de vinhos em 2006, apenas para consumo próprio, mas com o tempo e com incentivo dos servidores do IDR-Paraná resolveu se qualificar e se inscreveu na avaliação. Desde então já ganhou alguns prêmios e vende seu produto para o Brasil todo. “Tenho cliente aqui no Paraná, no Piauí, Mato Grosso e até no Paraguai. Minha produção deste ano já está praticamente vendida” conta, Lauri.
Neste ano Lauri concorreu tanto na categoria de vinho tinto quanto na de vinho branco. Ele afirma que não foi fácil vencer, pois concorreu com ótimos vinhos. De acordo com ele a arte de produzir vinho requer muita dedicação e conhecimento “Eu faço vinho para agradar não só os degustadores deste evento, mas para agradar todos os meus clientes e é claro que tenho um segredinho de produção”, comenta.
Este ano a avaliação teve um sabor especial por ser o primeiro depois da pandemia. Em 2020 os organizadores acharam mais prudente não manter o evento, mas com a vacinação avançando e com os decretos mais flexíveis foi possível retomar neste ano.
Reportagem: Francieli Galo