Carla e Antonio Gualano, produtores de queijo da Região Metropolitana de Curitiba, estão comemorando mais uma vitória. Seus queijos já ganharam diversos prêmios nacionais e internacionais. No entanto, a agroindústria ainda não estava regularizada junto aos serviços de inspeção. Neste mês, depois de anos de trabalho e empenho, a Queijaria Sapori Italiani obteve o registro no SIF (Sistema de Inspeção Federal) e agora pode vender seus produtos em todo o território nacional. Para esta conquista, o casal contou com o trabalho de uma responsável técnico e assessoria do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) na condução de todo o processo. O que mais surpreendeu o casal, foi a rapidez. Em cerca de um mês a queijaria passou a contar com o SIF.

“Nós tínhamos começado tentando o SIM (Sistema de Inspeção Municipal). Há sete anos vínhamos nessa luta. Sempre faltava um documento, um detalhe”, conta Carla Helena Gualano. Para ela, o que acelerou o processo foi seguir um outro caminho. “Por sugestão da Delma, do IDR-Paraná, buscamos o registro de inspeção federal (SIF) que é direcionado a agroindústrias familiares. Nós já tínhamos quase toda a documentação que é a mesma do SIM. Eles são muito minuciosos, conferem tudo”, observou Carla. Segundo ela, o que surpreendeu foi a rapidez da resposta. “Foram três semanas para conseguir o registro. Foi uma grata surpresa. Nós não esperávamos que fosse tão rápido. Valeu a pena todo empenho”, destacou Carla.

Novo ânimo - De acordo com Delma Ferreira da Silva, do IDR-Paraná de São José dos Pinhais, no caso do casal Gualano, o SIF saiu com rapidez porque atualmente existe um processo simplificado para pequenas agroindústrias. Porém, isso não livra o produtor de atender diversas exigências como a apresentação da planta da agroindústria, aplicação de boas práticas sanitárias ou a figura de um responsável técnico para responder pelo empreendimento. A extensionista afirma que com o SIF os proprietários da queijaria podem pensar em ampliar a produção e até exportar o queijo produzido em São José dos Pinhais. “É importante lembrar que o processo para obter o SIF está ao alcance de qualquer produtor. Basta que o interessado apresente a documentação e atenda às exigências legais“, concluiu Delma.

A obtenção do SIF deve mudar o ânimo na Queijaria Sapori Italiani. “Essa conquista passa muita confiança para a gente. Mostra que estamos no caminho certo. Muitas vezes, nesses anos todos, com as dificuldades, nós pensamos em desistir. Mas valeu a pena insistir e investir na queijaria para atender as exigências”, conta Carla. Ela diz que contribuiu para esse resultado o fato de a empresa ter um projeto, com responsável técnico, memoriais descritivos da obra e da operação de fabricação dos queijos, além da licença ambiental. “Antes de fazer qualquer obra, nós fomos aos órgãos competentes para apresentar o projeto e ver se estava tudo certo, quais as adaptações necessárias. Não dá pra fazer por conta”, ensina a produtora.

A Queijaria Sapori Italiani faz parte do Roteiro do Vinho, em São José dos Pinhais. Antonio Gualano veio da Itália para produzir queijo na RMC. A empresa fabrica nove tipos diferentes de queijo, tanto de leite cru como de leite de pasteurização lenta. Dois queijos são o carro-chefe da agroindústria: o Queijo ao vinho e o caccio cavalo, ambos já premiados.