Seminário discute a energia renovável no Oeste 28/04/2022 - 11:29
Aproximadamente cem agricultores, técnicos e lideranças rurais participaram nesta quarta-feira do Primeiro Seminário de Energias Renováveis, em Assis Chateaubriand, promovido pelo Sistema Faep/Senar, com o apoio dos Sindicatos Rurais e do IDR-Paraná. Os participantes conheceram detalhes da geração de energia solar no país, além de como podem ser beneficiados pelo programa RenovaPR que apoia o produtor interessado em explorar energias renováveis na propriedade.
O trabalho com energias renováveis é uma bandeira da Mesorregião Oeste do estado, definida pelo Conselho Consultivo Mesorregional. A iniciativa de criar esses conselhos partiu do IDR-Paraná com o objetivo de ouvir a sociedade sobre as prioridades de cada região. Além da questão energética, outros temas prioritários elencados pelos conselhos são a Sanidade Agropecuária, a Agroindústria, a Agroecologia e a Pecuária Leiteira.
Não à toa o uso de energias renováveis está fazendo parte das preocupações dos produtores do Oeste do estado. A região concentra muitas propriedades que participam das cadeias produtivas relacionadas à produção de proteína animal. A suinocultura, a avicultura, piscicultura e pecuária leiteira demandam um alto consumo de energia elétrica. Calcula-se que a demanda do Oeste, na instalação de geração distribuída, representa quase 50% da demanda estadual. Além disso, os constantes aumentos nos preços da energia elétrica vêm incentivando os produtores a buscarem alternativas energéticas.
Durante o seminário, os participantes discutiram o cenário e as perspectivas da geração de energia solar no país, linhas de apoio do governo federal e estadual para investir neste segmento e procedimentos para acesso à rede da Copel em geração distribuída. Além de conversar com especialistas nos temas específicos, os participantes também ouviram o depoimento de produtores que já instalaram sistemas de energias renováveis em suas propriedades. Eles também tiveram a oportunidade de visitar a Usina Solar Fotovoltaica Nelson Paludo.
Ivan Decker Raupp, do IDR-Paraná de Toledo, disse que o seminário foi dirigido especialmente aos produtores que atualmente estão incluídos na tarifa rural noturna, que utilizam a energia de maneira intensiva em suas propriedades e cujos custos impactam na rentabilidade dos sistemas produtivos. “Além dos aumentos crescentes dos custos de energia e a crise hídrica, há uma mudança no marco regulatório da geração distribuída, instituído recentemente pela Lei Federal 14.300 de 2022. Ela traz segurança jurídica para o produtor investir até o fim deste ano em energias renováveis”, observou Raupp.
Ele acrescentou que a lei estabelece a isenção das taxas de transmissão para os produtores que instalarem sistemas de geração distribuída. “Crescentemente, a partir de 2023 vai havendo um acréscimo de 15% ao ano nessas taxas, até chegar a 90% “, explicou. Raupp destacou que o importante é o produtor aderir aos programas até 6 de janeiro de 2023 para ser isento das taxas de transmissão até 2043.
Outro aspecto importante tratado durante o seminário foi como o RenovaPR apoia de maneira diferente este ano, em função da crise hídrica, a instalação de sistemas de energias renováveis. Raupp informou que até 31 de dezembro deste ano há um aporte maior na equalização dos juros, sendo que a partir do ano que vem essa equalização fica limitada a 3%. “Em 2023 também haverá uma redução do subsídio prestado pela lei federal, com o fim de isenções. “Nós temos um cenário em que o agricultor precisa se atentar para manter a competitividade e manter sistemas produtivos sustentáveis”, lembrou Raupp. Ele acrescentou ainda que nos próximos dois meses o agricultor precisa se preparar para que a partir do lançamento do próximo plano safra, em julho, ele possa efetivamente tomar uma decisão e encaminhar seus projetos para que melhore esse aspecto nas suas propriedades.
Reportagem: Roberto Monteiro