Aproximadamente 500 produtores, pesquisadores e profissionais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná participaram do 8º Seminário Estadual de Fruticultura de Clima Temperado, na última sexta-feira (29), na Estação de Pesquisas do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), no município da Lapa. Além de palestras e debates técnicos, também foram realizadas diversas atividades de campo na área da Estação. O seminário faz parte das comemorações dos 50 anos da pesquisa no Paraná.

Durante a abertura do evento, o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que o Paraná apesar de ser produtor de várias espécies de frutas, ainda importa muito de outros Estados. “Estamos perdendo oportunidades”, afirmou o secretário que elogiou a realização do Seminário. Para Ortigara, a ciência e o conhecimento estão melhorando o desempenho da agricultura. Segundo o secretário, o produtor precisa se manter atualizado sobre novas tecnologias para produzir, colher, distribuir  e vender bem. "Se não for assim, o esforço fica no meio do caminho”, destacou.

Conhecimento e novas tecnologias não faltaram no Seminário, resultado da integração entre extensão rural e pesquisa. Os organizadores ressaltaram que o evento foi uma oportunidade de estreitar a articulação entre as cadeias produtivas, além de reforçar a necessidade de maior organização do setor e melhoria da eficiência no campo. Pesquisadores do IDR-Paraná, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e da Epagri-SC (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), além de  produtores e profissionais de várias instituições, entre as quais a Faep (Federação da Agricultura do Paraná) e Fetaep (Federação dos Trabalhadores Rurais  Agricultores Familiares do Paraná) puderam trocar conhecimentos durante o seminário.  

Inovação  é o que não falta na Estação de Pesquisa da Lapa que integra o programa de Fruticultura do IDR-Paraná. O pomar ali mantido funciona como uma vitrine com dez espécies de frutícolas de clima temperado (uva, pêssego, ameixa, nectarina, pera, maçã, kiwi, amora, framboesa e mirtilo). Além disso, a Estação ainda mantém mais de cem combinações de variedades de copa (variedade produtiva) e porta-enxerto (cavalo) de diversas frutíferas. Juliano de Lima Souza, coordenador da Estação, lembra ainda que na Estação existe um banco de germoplasma de pera que é mantido com a finalidade de desenvolver variedades com determinadas características de interesse.  Alguns desses materiais já estão sendo avaliados. Souza informa que qualquer interessado pode visitar a Estação, mediando um agendamento prévio.

Programas

Além do programa de Fruticultura do IDR-Paraná, o governo do estado tem desenvolvido diversas ações para incentivar, ampliar e fortalecer a fruticultura. Um dos caminhos é o programa de Revitalização da Viticultura Paranaense (Revitis), que apoia a cadeia produtiva da uva por meio do fortalecimento do setor produtivo, agroindustrial e turístico. Um dos pilares do programa é a implantação e manutenção de viveiro para multiplicação do material propagativo de videira com qualidade genética e fitossanitária.

O Coopera Paraná (Programa Estadual de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar) prevê ações integradas entre o setor público e privado, com vistas a incentivar a organização formal dos agricultores familiares, com capacitação, orientação técnica e investimentos sócio produtivos, fortalecendo as ações de aumento da competitividade e da renda, e reduzindo desigualdades do mercado e distanciamento tecnológico.

Outro destaque é o Banco do Agricultor Paranaense que funciona como um programa de crédito exclusivo com juros subsidiados pelo Governo do Estado. A proposta é alavancar investimentos por meio da equalização da taxa de juros em diversas atividades agropecuárias, entre elas a fruticultura. “Enxergamos ampla possibilidade de fortalecer essa cadeia produtiva”, acentuou o secretário.