Três anos de RenovaPR: Paraná é líder na capacidade instalada para a geração de energia no setor rural nas regiões Sul e Sudeste 14/08/2024 - 09:04
O Renova Paraná completa três anos neste mês. O programa do governo do estado, executado pelo IDR-Paraná, incentiva o produtor a produzir sua própria energia ou combustível, inserindo-o no processo de transição energética, bem como reduzindo seus custos de produção. O estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável na propriedade. Com a iniciativa o Paraná já se tornou o estado com maior potência média, por unidade instalada, entre os estados do Sul e Sudeste do país. De acordo dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Paraná tem 21,83 kilo watt de potência média por unidade, em seguida estão São Paulo (21,61kW), Minas Gerais (20,13 kW)Santa Catarina (17,29 kW) e Rio Grande do Sul (12,72 kW). Desde agosto de 2021, o programa já estimulou o investimento de R$ 4,2 bilhões, em 34.485 projetos de energia renovável no estado.
Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador estadual do RenovaPR, o RenovaPR aproveita um recurso que vinha sendo encarado como um problema ambiental. “Temos no Paraná uma produção expressiva de proteína animal, cujas sobras (dejetos, gorduras, ossos e vísceras) podem gerar biogás. Temos também o setor sucroalcooleiro que fornece material orgânico, além de outros. Ou seja, o Paraná tem base produtiva que é altamente geradora de biomassa, a matéria orgânica usada como fonte de energia limpa e sustentável. Por isso temos que usar essa força energética”, destacou.
MENOR CUSTO - Para colocar o programa em prática o IDR-Paraná, em três anos treinou 796 técnicos, com o apoio do Sistema Faep/Senar e Cibiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis). Os profissionais passaram a atuar em todo o estado, orientando os produtores interessados em implantar projetos de geração de energia renovável. Além disso, o Instituto, em parceria com sindicatos rurais e agentes financeiros, realizou mais de 1.200 ações de promoção do RenovaPR (reuniões técnicas, seminários regionais, participação em feiras e exposições) para aumentar a adesão ao programa.
Atualmente o Paraná tem 34.485 ligações rurais em geração distribuída, ou seja, consumidores que passaram a produzir sua própria energia. Desse total, 28.346, ou 82,2%, foram feitas nos últimos três anos. Deduz-se que a divulgação das vantagens do uso de energias renováveis apresentados pelo Renova-PR tenha contribuído para esse resultado. Ainda de acordo com os dados da Aneel, a geração distribuída no setor rural passou de 6%, em 2017, para 15% no ano passado.
Outro incentivo para o produtor é que nos últimos anos os custos de instalação dos projetos de energia renovável têm diminuído, o que atrai mais interessados. Em 2016 eram necessários R$ 8,77, por watt pico (capacidade máxima de geração do projeto). Em janeiro deste ano o valor ficou em R$ 3,17. O tempo de retorno do investimento também foi reduzido. Até 2023 eram necessários 4,4 anos para o produtor pagar pela instalação do projeto. Neste ano, o tempo de retorno do investimento ficou em 3,3 anos, em média.
POLÍTICAS PÚBLICAS - Para o coordenador estadual do RenovaPR, o crescimento do uso de energias renováveis o momento requer nova postura das autoridades para enfrentar os desafios deste segmento. Segundo, Almeida, é preciso implantar novas políticas públicas, com foco no uso de biogás e biometano. Isso inclui o incentivo para que a Copel e outras distribuidoras adotem a geração elétrica a partir do biogás, além da implantação de uma política de apoio aos municípios para que eles façam a reconversão ou compra de veículos movidos a biogás. Almeida ressalta também que outra medida necessária seria a conversão de motores de caminhões dos serviços de cooperativas e empresas integradoras, ônibus/vans de transporte escolar, transporte urbano e táxis.
O uso de energias renováveis deve se estender a outros segmentos do agronegócio. Almeida acredita que é importante, por exemplo, que cooperativas e integradoras substituam, em 100%, a lenha, o GLP e o Diesel pelo biogás. Os setores industriais também devem ser incentivados a consumir o biometano. O coordenador do RenovaPR acrescenta que projetos em aterros sanitários, para a geração de biogás e biometano, tenham juros subsidiados Nos três anos do RenovaPR, investiu R$ 230 milhões, na subvenção dos juros dos projetos instalados, tornando a tecnologia mais acessível. Os investimentos em energias renováveis são considerados importantes para aumentar a empregabilidade e a competitividade dos produtores, bem como das cadeias de produção de proteínas animais e agroindústrias do Paraná.